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Após os resultados do segundo trimestre de 2022 e em um cenário visto como desafiador para empresas de commodities metálicas, diversas casas de análise têm revisado suas estimativas para as empresas de diferentes segmentos, como é o caso de siderúrgicas.
O Itaú BBA atualizou seus modelos de avaliação para as siderúrgicas brasileiras sob sua cobertura e rolou os preços-alvo para as ações para o final de 2023.
Segundo relatório, os modelos atualizados incorporam os resultados do segundo trimestre deste ano, nova projeção para curva de preço do minério de ferro (média de US$ 115 a tonelada para 2022 e US$ 90 a tonelada para 2023) e as premissas de custo de capital mais alto, que resultaram em preços-alvo mais baixos em geral.
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A equipe de research do BBA espera que o desempenho operacional das siderúrgicas enfraqueça em 2023 na comparação ano a ano, com quedas de cerca de 10%-15% nos preços domésticos do aço e preços mais baixos do minério de ferro.
Nesse sentido, o banco reitera sua preferência por Gerdau (GGBR4) devido sua menor exposição ao minério de ferro, mas também gosta da visão de risco-recompensa da Usiminas (USIM5) e da forte geração de fluxo de caixa (FCF).
O Itaú BBA mantém recomendação outperform (desempenho acima da média do mercado, equivalente à compra) para GGBR4, mas com redução do preço-alvo de R$ 36 para R$ 34, um potencial de alta de 38,7% em relação a cotação de fechamento de terça-feira (23) de R$ 24,52.
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Analistas elevaram a estimativa de lucros antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda, na sigla em inglês) para R$ 22,3 bilhões, seguindo o sólido desempenho no EUA no primeiro semestre de 2022 (1S22), mas esperam queda para R$ 12,7 bilhões em 2023, principalmente devido a uma queda nos preços domésticos do aço e nos preços do aço nos EUA.
Os analistas esperam um sólido retorno de fluxo de caixa aos acionistas de 14% em 2023, abrindo caminho para retornos fortes e sustentados para os acionistas (por meio de dividendos e recompras).
Para Usiminas, a recomendação também é equivalente à compra, com preço-alvo de R$ 15 (antes era de R$ 17), implicando em potencial de valorização de 54,5% frente ao preço de fechamento de R$ 9,71 da véspera.
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A estimativa de Ebitda para 2023 é de R$ 5,6 bilhões, queda de 24% na base anual, com queda nos preços realizados do aço no mercado doméstico e menor minério de ferro preços. Ainda assim, o banco espera uma forte geração de FCF de 4,5 bilhões (rendimento de 38%) em 2023 (ajudado pelo impacto da liberação de capital de giro após a conclusão da parada para manutenção de BF#3).
O BBA também tem recomendação outperform para CSN (CSNA3), mas a ação aparece entre a “menos preferida” das três. O preço-alvo foi reduzido de R$ 23 para R$ 17, o que representa potencial de alta de 4,7% frente o preço de fechamento de 16,24 da véspera, refletindo preços mais baixos de minério de ferro e aço.
Também nesta semana, o Citi atualizou suas estimativas para CSN e para a controlada CSN Mineração (CMIN3) seguindo os resultados apresentados no segundo trimestre de 2022 e manteve recomendação neutra para ambas empresas, pois enxerga alternativas mais atraentes no setor, especificamente Gerdau.
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O banco reduziu o preço-alvo para CSN de R$ 25,50 para R$ 16,50, atribuindo a redução a menores preços do aço e margens mais fracas nos próximos meses para a siderúrgica. O Citi estima agora Ebitda no ano para a CSN de R$ 15,4 bilhões, 21% a menos do projetado anteriormente.
Já CSN Mineração teve seu preço-alvo ajustado para cima de R$ 3,50 para R$ 4. O Citi aponta perspectivas positivas para o segundo semestre desse ano para a empresa. No entanto, o banco tem nova estimativa para o Ebitda em 2022 da mineradora de R$ 6,4 bilhões, queda de 6%.
O Bank of America destacou, em análise sobre o setor e após rodada de falas com investidores, que há um pessimismo mais generalizado no mercado com commodities metálicas, com preocupações crescentes sobre uma recessão incipiente na Europa e nos EUA, colapso nos mercados imobiliários chineses, taxas de juros em alta, crise de energia próxima e uma percepção de que os lucros podem ter atingido o pico e as perspectivas de retorno de caixa também. “Do lado do posicionamento comprado, a Gerdau continua sendo o principal consenso entre a maioria dos investidores com os quais conversamos”, avalia.
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O banco destaca, sobre Gerdau, haver um consenso geral de que a demanda e os preços de aços longos parecem relativamente mais saudáveis do que os de aços planos, a exposição dos EUA é mais atraente do que a exposição somente ao Brasil, além da Gerdau não ser uma exportadora líquida de minério de ferro (em que os investidores são em sua maioria pessimistas).
“Notamos também que os investidores também estão atribuindo uma alta probabilidade de dividendos extraordinários ou uma execução acelerada do programa de recompra da Gerdau (ou mesmo um novo programa a ser anunciado), e essas expectativas podem ser frustradas se o cenário macro se deteriorar mais rápido do que o esperado”, pondera.
Usiminas tem preço-alvo rebaixado por Morgan Stanley
Já o Morgan Stanley manteve avaliação equalweight (exposição em linha com a média do mercado, ou neutra) para Usiminas e reduziu preço-alvo de R$ 10 para R$ 9,50, o que representa um valor 2,2% menor frente ao preço de fechamento de R$ 9,71 da véspera, devido a projeções de geração de fluxo caixa menores para o período entre 2023 e 2027.
A menor geração de fluxo de caixa “decorre do aumento das estimativas de capex (investimentos em capital) em R$ 120 milhões/ano em média no período devido a preocupações de que incidentes com equipamentos-chave possam ocorrer novamente se os investimentos continuarem no ritmo atual”, explicam analistas.
As estimativas de capex de manutenção para 2023-27 são de R$ 890 milhões ao ano em média. Dessa forma, as expectativas preliminares de capex de manutenção da Usiminas para os próximos anos de R$ 700-800 milhões no ano estão bem abaixo da projeção do Morgan Stanley. Os analistas do Morgan também possuem recomendação equalweight para Gerdau e CSN, com preços-alvo respectivos de R$ 26 (alta de 6% frente a véspera) e R$ 18 (alta de 11% frente o fechamento da véspera).
De acordo com compilação feita pela Refinitiv com casas de análise, os ativos da Gerdau aparece entre as preferidas no segmento, com 13 recomendações de compra e 2 neutras e preço-alvo médio de R$ 35,81% (upside de 47%). Usiminas conta com 9 recomendações de compra e 4 neutras, com preço-alvo médio de R$ 15,65 (upside de 65%), enquanto CSN divide mais os analistas, com 6 recomendações de compra e 7 neutras, com preço-alvo médio de R$ 26,42 (upside de 65%)
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