Gerdau (GGBR4) descarta alocação em projetos do ‘zero’ nos próximos anos

Empresa vê retomada da demanda por aços longos no País, que pode repetir patamares do ano passado

Augusto Diniz

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O CEO da Gerdau (GGBR4), Gustavo Werneck, disse hoje, durante teleconferência com analistas, que a agenda da siderúrgica é de “disciplina e previsibilidade”. Segundo ele, “não tem nada sendo pensado para o futuro que possa surpreender”, em termos de capex.

Ele ressalta que os investimentos nos próximos anos serão direcionados de forma geral à manutenção das usinas, ampliação marginal de alguma capacidade produtiva em mercados que tem algum aumento de demanda e em atualização tecnológica.

“Não tem nenhuma surpresa vindo pela frente”, ressaltou, em relação a algum projeto “greenfield”, ou seja, que saia do “zero”. A estimativa de capex da Gerdau para 2023 é de R$ 5 bilhões, sendo que 62,7% serão destinados aos ativos no Brasil.

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Hoje, a empresa informou um lucro ajustado de R$ 1,33 bilhão, com queda de 61%, mas anunciou dividendos e bonificação de ações. As ações da empresa sobem 3%, acompanhando alta do setor siderúrgico e mineração como um todo na sessão.

Entre os atuais investimentos, o da unidade de Ouro Branco, em Minas Gerais, tem recebido atenção especial, com aplicação de R$ 1 bilhão no segmento de bobinas a quente.

Além disso, a empresa se prepara para reforma do alto-forno 1 na mesma planta em 2025, sendo que alguns investimentos já estão sendo feitos para a realização do serviço.

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“O valor de R$ 5 bilhões será o patamar ao longo dos anos. Esse patamar de capex a gente imagina que será capaz de fazer toda a reforma que Ouro Branco precisa”, disse. Ano passado, a Gerdau alocou R$ 4,3 bilhões de capex.

Volume de vendas

Na abertura da teleconferência, o executivo comentou sobre o arrefecimento dos volumes vendidos no final do ano passado. Mas Werneck garante que a retomada de aços longos no País já está ocorrendo.

“Em função da baixa demanda que se viu no Brasil em dezembro, com expectativa do novo governo, o volume caiu para patamares que não era normal”, disse.

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“Neste momento, vemos a demanda de 2023 no Brasil no mesmo nível de 2022”, comentou.

Preços

Sobre o terremoto na Turquia, oitavo maior produtor de aço do mundo, ele disse que o evento provocou aumento do preço do vergalhão no mercado internacional e ajudou no ganho de rentabilidade da empresa, no segmento de aços longos após a queda de dezembro.

O executivo acrescentou que prêmios baixos e até negativos na importação de aços longos também contribuíam para redução de preços. “Isso é insustentável”, disse.

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Gustavo Werneck destacou ainda que a demanda em 2023 no Brasil está alinhada à demanda de 2022.

Com relação às vendas do varejo, o executivo aponta que serão mais baixas, mas que podem se beneficiar com os programas de auxílio do governo.

Werneck vê ainda o setor de construção com expectativa positiva para projetos de habitação popular.

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Sobre os custos de produção, o executivo mencionou que no Brasil eles serão parecidos com o ano passado, mas teme o valor do carvão.

“A bola da vez esse ano é o carvão. Ele tem sido muito volátil. Ela cai um pouco, depois sobe”, comentou.

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