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SÃO PAULO – Críticas ao regime cambial chinês e reforço à ideia de que o Brasil não sofrerá a “doença holandesa” foram alguns dos pontos principais da palestra que o ministro da Fazenda, Guido Mantega, realizou nesta sexta-feira (5) no seminário “Perspectivas da taxa de câmbio 2010” na FGV (Fundação Getulio Vargas).
Segundo ele, o temor de que a produção industrial local seja prejudicada pela forte entrada de capital estrangeiro devido ao pré-sal é infundado. Para evitar esse problema, o País deve utilizar o Fundo Soberano, como outros países exportadores de bens primários fizeram.
Mantega exemplificou sua ideia relembrando que “no caso do pré-sal da Noruega, foi criado um Fundo Soberano e eles não tiveram doença holandesa. No Chile, ocorreu o mesmo”. O ministro ainda completou que o Fundo Soberano do Brasil “não tem limitações, pois atua com recursos oriundos do Tesouro Nacional”.
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Câmbio
Além do FSB, a China também fez parte das declarações do ministro da Fazenda brasileiro. De acordo com Mantega, o regime cambial chinês prejudica os demais países. “Hoje enfrentamos uma concorrência desleal com a Ásia. A China só pensa em si própria”, afirmou.
O ministro revelou que o País precisa reduzir custos “financeiros, tributários e burocráticos”, medida que se torna mais difícil devido ao câmbio. “Há um desnível na questão cambial. Se com muito esforço de melhoria de competitividade e redução de custos conseguimos um esforço de 10%, há países que apresentam uma diferença no câmbio de 30%, 40% em relação ao real, o que é uma vantagem artificial”.
Fora as críticas à China, Mantega declarou que tem levado a questão cambial às discussões do G-20. “Precisamos de um novo Bretton Woods”, concluiu, em referência ao acordo de 1944 que visava a estabilidade monetária global.
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Dólar mais forte
Conforme a exposição de Mantega, as medidas tomadas para atenuar a valorização excessiva do real, como a adoção de IOF (Imposto sobre Operações Financeiras) de 2% sobre investimentos estrangeiros em renda variável e fixa, foram eficientes, mas situação ainda não é ideal.
Apesar das preocupações cambiais, Mantega voltou a afirmar que o dólar não deve continuar a desvalorizar-se, dado que o juro básico norte-americano deve ser elevado do atual patamar, de 0% a 0,25% ao ano. “Tais taxas de juros baixas não devem permanecer no longo prazo”, afirmou.
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