Fundo de capital protegido pode ser boa opção para quem teme a Bolsa

De caráter defensivo, este tipo de fundo só acompanha altas e garante devolver, no mínimo, o montante inicialmente aplicado

Equipe InfoMoney

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SÃO PAULO – O fundo de capital protegido está dentro da categoria multimercados e busca retornos em mercados de risco procurando proteger, como o próprio nome diz, o principal investido, segundo definição da Anbid (Associação Nacional dos Bancos de Investimento).

Este tipo de fundo normalmente é configurado em forma de condomínio fechado, ou seja, tem um período pré-determinado de investimento e os recursos uma vez aplicados somente podem ser resgatados quando este intervalo terminar – prazo que não costuma ser menor que 12 meses.

Composição da carteira

A carteira do fundo “capital protegido” é composta por papéis de renda fixa e variável. O montante das captações é investido somente na renda fixa e o que esta aplicação render, ou seja, o retorno que excede o capital inicial é reaplicado em ativos de renda variável. Caso o gestor não alcance a sua meta de rentabilidade, o investidor tem o capital investido garantido, pois ele só acompanha os movimentos de valorização do mercado.

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Em outras palavras: “Quando o investidor for sacar os recursos do fundo, ele receberá, no mínimo, o mesmo montante que aplicou”, explica Valéria Fontes, gerente de produto do HSBC Global Asset Management.

No caso dos fundos do Bradesco, o excedente é usado para comprar opções sobre Ibovespa, o que é considerada uma estratégia bastante arrojada por agentes do mercado.

Estratégia com derivativos

“O princípio básico é usar somente a receita da aplicação na renda fixa para adquirir opções de índice, pois, assim, se o mercado de renda variável não der retorno, o capital investido na renda fixa, que corresponde ao total aplicado no fundo, permanece o mesmo”, detalha Herculano Alves, superintendente de renda variável do Bradesco Asset Management.

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O benchmark mais usado por gestores é o Ibovespa, uma vez que “o objetivo é acompanhar as valorizações da Bolsa”, afirma o superintendente.

Já o HSBC estrutura os fundos com títulos públicos pré-fixados, pois, dessa maneira, é possível saber quanto será exatamente o retorno, explica Fontes, do HSBC. “Compramos com a captação do fundo um lote de LTN (Letras do Tesouro Nacional) e com a diferença em relação ao vencimento, compramos opções de ações“.

“O gestor pode escolher sua estratégia entre vários tipos de derivativos e ela pode variar conforme a conjuntura macroeconômica, sempre buscando o melhor retorno para o cliente”, enfatiza Fontes.

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O Banco Real, por exemplo, acaba de lançar um fundo de capital protegido que aplicará o excedente obtido com a renda fixa em opções de ações exclusivamente da Vale.

Perfil e vantagens

“O ‘capital protegido’ é um fundo de caráter conservador porque garante o capital investido”, define Alves. É uma boa opção para quem está tomando gosto pelo risco. “Eu aconselho para aquele investidor que está com um pezinho na Bolsa, mas não quer correr risco de baixa”, afirma Alves.

“Os investidores que usualmente só aplicam em renda fixa ou DI conseguem começar a diversificar sua carteira com a certeza de que, no caso de uma volatilidade no mercado, a aplicação não será perdida, o que é um reconfortante”, destaca Fontes.

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Proteção tem seu custo

O investidor deve estar atento às taxas pré-fixadas de retorno que este tipo de fundo oferece. Isto porque, o prospecto do fundo pode determinar que a rentabilidade corresponde a um percentual pré-definido da alta dos índices de referência.

O Banco Real, por exemplo, estipula em seu fundo “Capital Protegido Vale” que se a valorização da ação da Vale ficar abaixo de 40%, o cotista receberá aproximadamente 95% dessa valorização e, na hipótese de valorização acima de 40%, o cotista terá o retorno pré-fixado. No HSBC, a família de fundos de capital protegido “Smart” paga até 35% do rendimento da Bolsa e sobre a percentagem restante aplica uma taxa também pré-fixada.

Por fim, no caso dos fundos falharem em sua meta de rentabilidade, os gestores algumas vezes devolvem os recursos aplicados com correções baseadas na TR (Taxa Referencial). Além disso, durante o período de captação e antes do fundo se estruturar (começar a adquirir os ativos para compor a carteira), os recursos que vão sendo captados podem ser aplicados em cotas de fundos “Referenciados DI”, o que pode atribuir alguma valorização ao capital.

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