Fornecimento de gás boliviano está quase normalizado, diz ministro

Segundo Edison Lobão, o atual déficit de 3 milhões de metros cúbicos será compensado em dois dias, sem abalos

Equipe InfoMoney

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SÃO PAULO – O fornecimento diário de cerca de 15 milhões de metros cúbicos de gás da Bolívia para o Brasil está quase normalizado. Ele foi interrompido na última quarta-feira (10), por conta de uma explosão no gasoduto de Palmar Grande, no departamento de Trija.

“Ainda não é uma situação de absoluta segurança, mas o fato é que o fluxo mais ou menos se normalizou”, afirmou nesta quinta o ministro de Minas e Energia, Edison Lobão.

Segundo o ministro, o atual déficit de 3 milhões de metros cúbicos não deve causar grande abalo no abastecimento de gás boliviano ao Brasil. Ele prevê que essa falta seja retomada em dois dias de fornecimento, segundo veiculou a Agência Brasil.

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Fornecimento interno

A distribuidora Comgás informou, por meio de nota, que, até o momento, não houve qualquer redução no suprimento de gás natural e que, portanto, o fornecimento aos clientes continua o mesmo.

Juntamente com a Arsesp (Agência Reguladora de Saneamento e Energia do Estado de são Paulo), a Comgás possui um plano de contingência para ser colocado em prática, caso seja necessário.

“Gostaríamos de frisar que em qualquer cenário está garantido o abastecimento de gás ao setor residencial e aos serviços essenciais, como hospitais”, ressaltou a instituição.

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No bolso do consumidor

A redução de mais da metade do fornecimento de gás boliviano para o Brasil aumentará o preço do gás natural para o consumidor brasileiro em alguns meses.

De acordo com o presidente do Sindigás (Sindicato Nacional das Empresas Distribuidoras de Gás Liqüefeito de Petróleo), Sérgio Bandeira de Mello, em um primeiro momento, o preço do gás natural não deve aumentar, uma vez que ele é regulado por agências estaduais.

Conforme explicou Mello, quem consome o gás natural diretamente, como nos veículos, demorará alguns meses para sentir o impacto nos preços. Porém, se forem considerados produtos de indústrias que dependem deste gás natural, como a de cerâmica, de vidro e a farmacêutica, por exemplo, haverá impacto rapidamente. “Mesmo que o preço do gás natural não suba, com menor oferta, essas empresas têm aumento no custo da produção imediato”.

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Em relação ao GLP, o gás de cozinha, Mello explicou que, embora este mercado seja livre, o que significa que os preços oscilam sem uma regulação, não há nenhuma necessidade imediata de aumento de valores ao consumidor.

Entenda a situação

O que aconteceu na Bolívia foi que uma explosão, que se apura ser por motivos políticos, causou danos em parte de um gasoduto que leva o produto ao mercado brasileiro, o que provocou suspensão parcial no abastecimento, conforme revelou a empresa estatal Yacimientos Petroliferos Fiscales Bolivianos (YPFB).

Em entrevista coletiva, o presidente da YPFB, Santos Ramírez, afirmou que se trata de um atentado terrorista, o qual trará um prejuízo de cerca de US$ 8 milhões por dia. A Bolívia produz aproximadamente 40 milhões de metros cúbicos diários de gás, sendo que 31 milhões são destinados ao Brasil, segundo apurou a Agência Brasil.

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A explosão de quarta-feira (10) reduziu em 10% o volume de gás recebido pelo Brasil. Porém, nesta quinta-feira (11) ocorreu um novo incidente, que elevou a taxa de redução de fornecimento para mais de 50%.

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