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Quem opera no day trade ou no swing trade, ou ao menos conhece um pouco sobre esse universo, certamente já teve contato com a sequência de Fibonacci, utilizada para tentar antever a tendência de um ativo.
Embora seja um dos pilares mais importantes da análise técnica, essa regra matemática é baseada em um conceito bastante simples, surgido na antiguidade e aplicado desde então à arquitetura, às artes e a diversos campos da ciência.
A estrutura da fórmula, tal qual a conhecemos hoje, é obra do matemático italiano, Leonardo Fibonacci – ou Leonardo de Pisa –, nascido em Pisa, Itália, na Idade Média.
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Considerado o primeiro grande matemático europeu de seu tempo, ele abordou a sequência que, posteriormente, levaria seu nome, em seu Liber Abaci (na tradução, “livro do cálculo”), publicado em 1202.
Na obra, ele apresenta o sistema numérico indiano aos europeus, com a afirmação: “os números indianos são 9 8 7 6 5 4 3 2 1. Com esses nove algarismos, e com o símbolo 0, qualquer número pode ser escrito”.
Fibonacci Day
A sequência documentada pelo matemático começa em 0 e 1, e mostra que o próximo número da fila é resultado da soma dos dois números anteriores. Dessa forma, temos:
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0, 1, 1, 2, 3, 5, 8, 13, 21, 34, 55, 89, 144, 233, 377, 610, 987, 1597 ….
Dessa sequência que vem o Fibonacci Day, comemorado todo 23 de novembro, a partir da junção dos quatro primeiros numerais: 1, 1, 2 e 3, ou seja, 11/23, considerando o mês e depois o dia.
Graficamente, essa sequência é representada pela seguinte fórmula:
F(n + 2) = F(n + 1) + F(n)
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Uma peculiaridade dessa sequência é que a divisão de um número pelo seu antecessor resultará em um valor próximo de 1,618.
Esse número, chamado Phi, é também conhecido como proporção áurea, amplamente utilizado por cientistas, inventores e artistas em diversos segmentos, como falamos inicialmente.
O Phi está no “Retângulo de Ouro”, no qual se pode ver a “Espiral de Fibonacci”, representada por um arco, na seguinte figura:
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- Confuso sobre o que é suporte e o que é resistência? Confira nosso guia sobre análise técnica
O Phi é considerado uma referência perfeita, não só para obras criadas pelo homem, mas para diversas formas que existem na natureza, desde uma simples casca de caramujo até as proporções do corpo humano. É por isso que a proporção áurea é tão relevante em setores ligados ao visual, como arte e arquitetura.
Observe agora outra peculiaridade dessa sequência: se dividirmos a imagem acima em quadrados idênticos, eles formarão retângulos que, por sua vez, serão sempre semelhantes entre si nas proporções:
Ou seja, um retângulo sempre dará origem a outro, a partir de um coeficiente aproximado de 1,618.
Aplicação de Fibonacci na análise técnica
A principal função da sequência de Fibonacci na análise técnica é identificar zonas de alerta, nas quais o ativo pode romper os atuais patamares de suporte ou resistência (se continuar seguindo a tendência) ou pode reverter a sua trajetória.
Por exemplo, quando se observa uma queda ou uma alta muito abrupta, espera-se uma correção logo em seguida.
É aí que entra a regra de Fibonacci, para tentar identificar os novos níveis de suporte e resistência que virão com essa correção.
Quando o preço do ativo está indo a favor da tendência, falamos em projeção (ou expansão) de Fibonacci.
Já quando ocorre uma reversão de tendência, seja ela de alta ou de queda, temos a retração de Fibonacci.
Em uma tendência de alta, o trader utiliza a retração de Fibonacci para tentar identificar um novo suporte para comprar o ativo.
Em outras palavras, ele espera que ocorra uma correção no preço antes que o movimento ascendente continue.
Já em uma tendência de queda, o principal objetivo do trader é definir a melhor faixa para vender um ativo e o stop loss de uma operação.
Faixas de valores da sequência de Fibonacci
Normalmente, a análise técnica costuma definir os níveis entre 0%, 23,6%, 38,2% e 61,8%, com base em Fibonacci. Esses percentuais marcam algumas zonas importantes para o trader, que são as seguintes:
- Retrações leves (23,6%): essas são as mais comuns, e tendem a ter curta duração. Logo, para que possa aproveitá-las, o trader precisa estar bastante alerta.
- Retrações moderadas (38,2%): nessa faixa intermediária existe um indicativo de perda de força do movimento atual. Isso significa que uma reversão dos preços poderá ocorrer em breve.
- Retrações de ouro (61,8%): essas são as mais fortes e difíceis de acontecer e, justamente por isso, devem ser aproveitadas pelo trader.
Na prática, podemos entender que, se um ativo consegue romper um patamar de retração moderada, o próximo nível que o trader deve esperar é o de 68,1%.
Se não houver movimento que consiga romper a projeção, pode-se esperar que, dali para frente, o ativo comece a perder força.
De forma geral, os números de Fibonacci são bastante populares entre traders e investidores para analisar as oscilações do mercado.
No entanto, é sempre importante utilizar a maior quantidade possível de indicadores técnicos para uma análise mais assertiva.
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