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SÃO PAULO – No mercado internacional, duas pessoas carregam possuem o título de Dr. Apocalipse, por serem conhecidamente extremamente pessimistas: Marc Faber, que previu a estagnação japonesa, e Nouriel Roubini, famoso por alertar que a crise de 2008 viria. Desta vez, os dois discordam: o suíço Faber acha que o mercado vai despencar, enquanto o turco-americano Roubini acredita que ele deve continuar subindo pelos próximos dois anos.
Fiel ao título, Faber disse em entrevista a rede norte-americana CNBC que acha que o mercado acionário mundial vai despencar por não ter uma saída fácil aos programas de estímulo do Federal Reserve. “Eu acho que isso está muito, muito próximo, o mercado está muito vulnerável. Penso que ele está rodando”, avalia o investidor. Para ele, o mercado está cada vez mais seletivo, o que indica a possibilidade de um crash.
Assim, Roubini destaca que os próximos dois anos ainda serão de altas por conta da política monetária do Fed. Faber discorda disso. “Eu conheço o Roubini muito bem e ele é um excelente economista. Mas não o usaria para me dar conselhos do que comprar ou vender”, alerta – lembrando que o ritmo de crescimento da economia global não está tão grande assim, lembrando das vendas de empresas muito globalizadas, como McDonald’s e Caterpillar.
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Para ele, a política monetária do Fed já está descontada no mercado – mas não a saída. “O Fed vai continuar imprimindo dinheiro, na minha opinião. Eu não acho que eles possuem uma estratégia de saída. Não existe. E isso vai continuar por muito tempo, mas o impacto no mercado? Essa é a pergunta”, alerta.
Bolha chinesa?
Uma das grandes preocupações de Faber é com o crescimento rápido da economia chinesa – que vem alimentando uma bolha. “É uma grande bolha de crédito. Essa é uma das bolhas muito perigosas”, alerta.
Contudo, ele acredita que os números divulgados pelo gigante asiático são mentirosos. “Eu não acho que a economia chinesa está crescendo 7,8%. Deve estar crescendo 4% ou menos. E essa bolha de crédito não se sustenta nesse nível”, avalia. Para ele, algumas regiões e setores da China devem estar contraindo, enquanto outras crescem agressivamente.
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