Executivos dos grandes bancos dos EUA estão acima da lei, diz procurador-geral

Cinco anos após a crise do subprime, Eric Holder afirma que punições como multas não assustam os grandes executivos de bancos e prisões seriam mais eficazes

Lara Rizério

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SÃO PAULO – Quase cinco anos após a crise do subprime, o atual procurador-geral dos Estados Unidos, Eric Holder, admitiu esta semana que os executivos dos grandes bancos do país “realmente estão acima da lei e que podem cometer crimes com impunidade”, de acordo com artigo do Market Watch

Em discurso diante do Comitê Judiciário do Senado, Holder reconheceu, ao ser questionado pelo republicano Chuck Grassley, que alguns banqueiros são poderosos demais para irem para a cadeia. “Estou preocupado que algumas instituições sejam tão fortes que torne difícil para nós processá-los”, declarou.

Isto porque, quando são feitas as denúncias, elas podem afetar até mesmo a economia mundial. Com isso, Holder fez um apelo ao Congresso dos EUA, de modo a impedir que o tamanho destes bancos os impeçam de ir à Justiça, ressaltando a influência inibidora atual das grandes instituições.

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Prisão é mais eficaz, afirma Holder
O procurador ressaltou ainda que o Departamento de Justiça tem sido “devidamente agressivo” frente as fraudes de banco, mas reconheceu que a cobrança de multa é de uma pequena porcentagem do lucro das companhias. Sendo assim, estas punições são muito menos eficazes em “assustar” executivos de bancos na comparação a colocar algumas pessoas na prisão. 

Além disso, a dificuldade em processar diretamente os executivos responsáveis pelas fraudes acabam gerando um sentido de “impunidade”. Vale lembrar que, em um Congresso bastante dividido, a busca de respostas sobre porque ainda não houve punições para os responsáveis pela crise ainda são inconclusivas.

Entretanto, já há alguns avanços frente a essas questões, com o presidente da subcomissão do Senado e o senador republicano David Vitter anunciando que irão elaborar uma legislação sobre a questão. 

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Este movimento representa uma mudança em relação aos anos anteriores, quando principalmente o ex-secretário do Tesouro, Timothy Geithner, sempre defendeu a preservação dos bancos como objetivo primordial, antes que se tomasse qualquer medida contra as instituições.

Como resultado desta política, a senadora democrata de Massachusetts, Elizabeth Warren, observou ao MarketWatch: “já se passaram quase cinco anos desde o começo da crise financeira, mas os megabancos ainda são muito grandes para falir … e ainda não estão sendo responsabilizados totalmente por infringir a lei. “

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Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.