EUA e aliados prometem mais armas à Ucrânia; Rússia diz que risco de guerra nuclear é real

Chanceler russo acusou a Otan de se envolver em uma 'guerra por procuração com a Rússia' e disse que 'guerra significa guerra'

Reuters

O ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergei Lavrov, discursa na 76ª Sessão da Assembleia Geral da ONU, na sede da ONU, em 25 de setembro de 2021 na cidade de Nova York. (Foto de Eduardo Munoz/Pool via Getty Images)
O ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergei Lavrov, discursa na 76ª Sessão da Assembleia Geral da ONU, na sede da ONU, em 25 de setembro de 2021 na cidade de Nova York. (Foto de Eduardo Munoz/Pool via Getty Images)

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A Rússia acusou a Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte) de se envolver em uma “guerra por procuração”, o que cria um sério risco de guerra nuclear, ao mesmo tempo em que os Estados Unidos reuniram seus aliados em uma base aérea na Alemanha para prometer as armas pesadas que a Ucrânia precisa para alcançar a vitória.

Com as forças russas recuando da ofensiva sobre a capital Kiev e concentrando esforços no leste da Ucrânia, na região do Donbas, o secretário de Defesa dos EUA, Lloyd Austin, recebeu nesta terça-feira (26) autoridades de mais de 40 países em Ramstein, a sede do poder aéreo americano na Europa.

“Como vemos esta manhã, nações de todo o mundo estão unidas em nossa determinação de apoiar a Ucrânia em sua luta contra a agressão imperial da Rússia”, afirmou Austin. “A Ucrânia claramente acredita que pode vencer, assim como todos aqui.”

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Ameaça de guerra nuclear

Em uma escalada da retórica da Rússia, o ministro das Relações Exteriores do país, Sergei Lavrov, afirmou em uma entrevista à TV estatal que os riscos de uma guerra nuclear “agora são consideráveis” e que “o perigo é sério, real. “Não devemos subestimá-lo”.

Lavrov deu as declarações ao ser questionado sobre a perspectiva de uma Terceira Guerra Mundial e se a situação atual era comparável à crise dos mísseis cubanos de 1962, quando a então União Soviética quase causou uma guerra nuclear com os EUA.

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“Os riscos agora são consideráveis”, disse Lavrov, segundo a transcrição da entrevista divulgada pelo Ministério das Relações Exteriores. “O perigo é sério, real, e não devemos subestimá-lo”.

O chanceler russo acusou a aliança militar dos países ocidentais de travar uma “guerra por procuração” com o país e disse que “guerra significa guerra”. “A Otan, em essência, está engajada em uma guerra por procuração com a Rússia e está armando esse representante. Guerra significa guerra”.

Ucrânia e aliados minimizam declaração

Apesar das fortes declarações, o governo da Ucrânia e aliados minimizaram os comentários de Lavrov sobre uma guerra nuclear. O ministro ucraniano das Relações Exteriores, Dmytro Kuleba, afirmou que a Rússia perdeu sua “última esperança de assustar o mundo” e afirmou que “isso significa apenas que Moscou sente a derrota”.

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O ministro de Serviços Armados do Reino Unido, James Heappey, chamou as declarações de um exemplo de “bravata” que se tornou a “marca registrada” do ministro das Relações Exteriores da Rússia. “Não acho que agora haja uma ameaça iminente de escalada”, disse Heappey à BBC.

EUA mudam ênfase sobre confronto

Autoridades dos EUA mudaram a ênfase nesta semana, para falar de uma vitória da Ucrânia seria um golpe na capacidade da Rússia de ameaçar vizinhos no futuro.

“Queremos ver a Rússia enfraquecida a ponto de não poder fazer o tipo de coisa que fez ao invadir a Ucrânia”, afirmou Austin na segunda (25), um dia após fazer uma visita secreta a Kiev junto com o secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken.

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O presidente do Estado-Maior Conjunto dos EUA, Mark Milley, que participou da reunião de hoje na Alemanha, afirmou a repórteres que as próximas semanas na Ucrânia serão “muito, muito críticas”. “Eles precisam de apoio contínuo para serem bem-sucedidos no campo de batalha. E esse é realmente o objetivo desta conferência.”

O objetivo dos EUA é coordenar a ajuda à Ucrânia, que agora inclui armas pesadas, como artilharia, drones letais e munição, segundo o general Milley, que é o chefe das forças armadas americanas.

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