Estimando menores preços, Citi reduz projeção para mineração e siderurgia

SÃO PAULO – De modo a incorporar as projeções de menores preços para as commodities, a Citi Corretora reduziu as estimativas para o setor de siderurgia e mineração, mas manteve recomendação neutra para o segmento. Entretanto, a corretora cortou o preço-alvo dos ADRs (American Depositary Receipts) da ação preferencial da Vale (VALE5) – de US$ 28 para US$ 23 e das ações da CSN (CSNA3), de R$ 17 para R$ 10. 

O analista Alexander Hacking afirma que o cenário macroeconômico incerto deve favorecer o pagamento de prêmio sobre os ativos de maior qualidade e com fluxo de caixa mais estável e balanços fortalecidos. Desse modo, os analistas reforçaram a preferência pela compra das ações da Vale e da Gerdau (GGBR4), ressaltando menor preferência pela Usiminas (USIM3;USIM5) e pela CSN.

O analista destaca que o desempenho econômico da China é o principal fator por trás do desempenho de curto prazo do setor o que, segundo os analistas da corretora, deve ser beneficiado através das recentes medidas de estímulo do país. De acordo com o analista da Citi, a Vale é o veículo mais fácil e mais líquido para investidores latino-americanos apostarem no tema “recuperação na China”.

Assim, Hacking ressalta que a cotação das ações do setor de mineração subiu menos do que os preços dos metais e devem registrar alta com qualquer dado econômico positivo proveniente da China.

Entretanto, “o cenário futuro para a demanda permanece fraco, fazendo com que as projeções continuem sendo revisadas para baixo e a temporada de balanços deverá ser provavelmente difícil”, afirma. Assim, o cenário para o longo prazo é mais negativo, afirma Hacking, uma vez que o ROIC (Retorno sobre o capital investido) está caindo para níveis abaixo da variação dos preços, com despesas operacionais e investimentos mais elevados.

Confira as recomendações da Citi Corretora:

_{*Em relação à cotação de fechamento de 18 de julho de 2012} 

Preços menores de ferro e cobre
Devido à demanda fraca, o cenário para a segunda metade do ano é ruim tanto para o minério de ferro e para o cobre. Já o preço do cobre deverá subir em 2013, afirma, enquanto o preço do ferro deverá se manter inalterado. A projeção de preço para 2013 é de US$ 135 por tonelada – 2% abaixo da projeção anterior – comparada com o preço à vista de US$ 136 por tonelada. ” No curto prazo, o cenário é ruim com a China planejando reduzir a produção de aço”, afirma o analista.

Já o cobre pode registrar alta no curtíssimo prazo devido a uma corrida para cobrir posições vendidas, afirma Hacking. Entretanto, o analista ressalta que os fundamentos continuam minando qualquer movimento sustentado de alta.