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SÃO PAULO – Descrente nos gurus e na magia das projeções de analistas, o estrategista-chefe da AMP Capital reforçou sua confiança na manutenção da disciplina com as ações, destacando quatro pontos fundamentais para qualquer investidor.
Antes de revelar suas dicas, Shane Oliver não esconde o ceticismo com as projeções e -principalmente – com as previsões de catástrofes nos mercados. Especialmente nos últimos dois anos: com a montanha-russa vivenciada no mundo dos investimentos, o desafio somente parece ter aumentado.
Sua principal crítica tem endereço certo. “Os gurus podem ter seu lugar ao sol por um tempo, mas costumam levar anos – antes ou depois – perdendo dinheiro por suas grandes ideias”, afirma com certo desdém o economista.
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Exageros
Em sua visão, as previsões catastróficas teriam repercussão exagerada em função da preocupação maior de investidores relativa a eventuais perdas frente à possibilidade de ganhos, citando alguns estudos de finanças comportamentais que corroboram a ideia.
Além de não serem imunes de suas limitações psicológicas, como todas as outras pessoas, os investidores têm dificuldade em obter detalhes das previsões, como cenário de riscos, além de frequentemente ignorarem a revisão constante das estimativas pelos próprios autores, com base em novas informações econômicas.
Quatro regras
Para fazer frente ao temperamento arredio dos mercados, o investidor precisa reconhecer suas deficiências. “Você não pode esperar ser sempre melhor que milhões de investidores”, pondera Shane Oliver, que sugere quatro regras para otimizar os ganhos de investidores no mercado.
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Em primeiro lugar, é preciso respeitar o mercado. Nem sempre a racionalidade impera e, por mais certo em relação à tendência que o investidor esteja, o mercado pode sempre permanecer em sua loucura por mais tempo que o suportável pelo bolso do investidor.
Como no boxe, o investidor deve evitar ações estúpidas que o tirem da disputa. “Ganhe por não perder”, ressalta o estrategista da AMP Capital. A segunda regra diz respeito à atuação disciplinada, que deve residir na definição de uma estratégia de longo prazo, ou ainda na adoção de uma ampla gama de indicadores.
Entram na conta o valuation, leituras do ciclo econômico vigente, atenção à liquidez… no entanto, todas as informações devem ser filtradas pela parcimoniosa atuação do investidor. “O problema é que isto pode ser mais custoso e consumir mais tempo do que os investidores estão preparados para aguentar”, ressalta Oliver.
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Outra regra importante é sempre considerar as opiniões contrárias à sua, forçando seu teste constante. Um stop loss pode ajudar na hora de reavaliar o posicionamento. Por fim, mas não menos importante, é considerar a fragilidade psicológica dos investidores. “Deixe seu ego da porta para fora” é o recado do estrategista.
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