Espanha pedirá a ministros da Zona do Euro mais tempo para cumprir déficit

Fundos de resgate também entram na pauta e a flexibilização deles pode oferecer o alívio necessário para Espanha e Itália

Nara Faria

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SÃO PAULO – Embora não seja esperada uma decisão final para a reunião de ministros da Finanças da Zona do Euro, que acontece nesta segunda-feira (9), a Espanha pode ganhar mais tempo para atingir a sua meta de orçamento, de acordo com informações publicadas pela imprensa internacional.

As reportagens dizem que a Espanha conseguirá relaxar sua meta de déficit fiscal para este ano de 5,3% para 6,3%. Para 2013 e 2014 o valor cairia para 4,5% e 2,8%, respectivamente.

A reunião tratará, entre outros temas, de resgates diretos a bancos espanhóis, mas a expectativa é de que um acordo final só será alcançado em 20 de julho, durante reunião extraordinária dos ministros de finanças, escreve em relatório a head de economia do Société Générale, Michala Marcussen.

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Cortes orçamentários na Espanha
Assim, as atenções se voltam para a expectativa de que o ministro da Economia da Espanha, Luis de Guindos, explane mais cortes orçamentários de olho em abrir caminho para a Europa dar um ano a mais para a Espanha atingir as metas de déficit. “As metas de consolidação orçamentária da Espanha serão ajustadas para dar ao país um ano a mais”, disse um dos diplomatas.

“Isso não é uma ação unilateral. A Espanha precisa fazer os cortes necessários para atingir aquela meta e isso será discutido na Ecofin (encontro de ministros) de terça-feira. Eu espero que o ano extra seja garantido”, completa em entrevista às agências internacionais.

O ministro da Espanha divulgará na reunião o plano do governo para um pacote de cortes de gastos e aumentos de impostos de até € 30 bilhões a ser implementado por vários anos, segundo a imprensa. O pacote deverá ser anunciado na quarta-feira (11). Em contrapartida, será dado a Madri até 2014 para atingir as exigentes metas orçamentárias estabelecias pela União Europeia.

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A Espanha precisa reduzir seu déficit orçamentário para 3% do PIB (Produto Interno Bruto) até o final de 2013. Contudo, a recessão após o colapso do setor imobiliário está afastando a possibilidade de atingir tal objetivo.

Flexibilização de fundos traria alívio
Contudo, o mercado também se atenta para a flexibilização dos fundos de resgate da região – o EFSF (Fundo Europeu de Estabilização Financeira) e o ESM (Mecanismo Europeu de Estabilização). Eles já são bem equipados, com medidas para fornecer liquidez emergencial e reduzir o risco, escreve Marcussen, mas a flexibilização esperada possui dois pontos de vista, o do Norte e o do Sul.

Para o primeiro, o que se espera é um pouco mais do que permitir que Espanha e Itália ganhem o status de países fora de programas de resgate mesmo que peçam emprestado montantes maiores de recursos, enquanto para o último a esperança é que os fundos tenham uma licença para funcionar como um banco e, assim, tenham acesso aos recursos do BCE (Banco Central Europeu) para aumentar a capacidade do ESM para bem mais do que € 400 bilhões.

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“Nós esperamos que o encontro entregue a ‘flexibilidade do norte’, uma visão que nos acreditamos ser compartilhada pelos mercados. Se a ‘flexibilidade sulista’ for entregue, isso traria um ânimo muito significativo para a confiança e potencialmente ofereceria muito do alívio que Espanha e Itália precisam”, conclui a head de economia do Société Générale.

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