Entenda os motivos que fizeram o ouro fechar em seu menor patamar desde 2011

Gerente de negócios explica que antigo piso de US$ 1.540 se tornou a nova resistência a ser quebrada após diversos fatores externos levarem os preços para abaixo de US$ 1.500

Rodrigo Tolotti

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SÃO PAULO – Considerado um investimento defensivo pelos investidores, o ouro teve forte queda de 4% nesta sexta-feira (12) e atingiu o seu menor patamar desde julho de 2011, ficando abaixo de US$ 1.500 por onça. Porém, esse movimento forte de queda não foi influenciado pelo cenário macroeconômico e sim por três fatores ocorridos juntos.

Edson Magalhães, gerente de negócios da Reserva Metais, explica que em primeiro lugar, o presidente do Banco Central Europeu, Mario Draghi, afirmou que ouro das reservas do Chipre poderão ser usados para o pagamento da dívida do país.

Mesmo sem a confirmação, o mercado entendeu que o país vai precisar utilizar esse ouro devido à sua atual situação financeira, fazendo os investidores precificarem antecipadamente essa entrada massiva da commodity no mercado – gerando excesso de oferta -, o que iniciou um movimento forte de queda.

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Além da notícia, diversos bancos revisaram suas projeções para o ouro no final do ano, com o Deutsche Bank reduzindo o preço de US$ 1.800 para US$ 1.615, enquanto o JP Morgan colocou o valor estimado para dezembro em US$ 1.400.

Por fim, Magalhães explica que o preço de US$ 1.540 era considerado um piso para a commodity, e, portanto, era utilizado como base para diversas ordens de stop loss. Os dois fatores ocorridos durante a manhã pressionaram os valores para abaixo desse piso, iniciando muitas ordens de venda, levando o preço mais para baixo.

O piso agora é resistência
O gerente explica que até a véspera, os preços do ouro não apresentavam variações tão fortes nem uma tendência de queda, ficando próximos dos valores do patamar projetado. “O preço do ouro girava dentro de um patamar entre US$ 1.540 e US$ 1.600 e ontem ele havia fechado em US$ 1.560”, afirma.

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Porém, o discurso de Draghi e as reduções de preços-alvo geraram dúvidas nos investidores, que agora têm que começar a trabalhar com uma nova banda de preços. “O antigo piso [US$ 1.540], agora se tornou a nova resistência, e precismos analisar qual serão os próximos movimentos do mercado”, disse Magalhães.

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Rodrigo Tolotti

Repórter de mercados do InfoMoney, escreve matérias sobre ações, câmbio, empresas, economia e política. Responsável pelo programa “Bloco Cripto” e outros assuntos relacionados à criptomoedas.