Enquanto gregos protestam, parlamentares debatem segundo pacote de reformas

A proposta de mais de 900 páginas, a ser votada na madrugada, visa à reforma no Código Civil para acelerar o sistema judiciário e à adoção de um regulamento sobre o saneamento dos bancos

Equipe InfoMoney

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Depois de um dia de muito debate e articulação política nos bastidores, o Parlamento grego iniciou por volta das 22h (16h no Brasil) a votação do segundo pacote de reformas exigido pelos credores internacionais para que avancem as negociações sobre um novo programa de ajuda, no valor de 86 bilhões de euros.

A proposta de mais de 900 páginas, a ser votada na madrugada, visa à reforma no Código Civil para acelerar o sistema judiciário e à adoção de um regulamento sobre o saneamento dos bancos. Embora menos controverso que o primeiro, o pacote de medidas enfrenta oposição de um grupo de dissidentes da base governista, que não aceita os termos do acordo firmado com os credores internacionais. O primeiro-ministro grego, Alexis Tsipras, deve precisar novamente dos votos da oposição para aprovar o texto.

Do lado de fora do Parlamento, milhares de pessoas protestaram durante toda a noite contra as medidas de austeridade. As manifestações foram organizadas por sindicatos de trabalhadores e contaram também com a adesão de outros grupos.

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Se o segundo pacote de medidas for aprovado pelo Parlamento hoje, as negociações com os credores internacionais pela liberação da ajuda financeira de 86 bilhões de euros à Grécia em três anos avançarão. A expectativa do governo grego é que sejam concluídas no fim de agosto.

A votação é mais uma prova de fogo para a já enfraquecida maioria do primeiro-ministro. Vários membros do Syriza, partido do governo, declararam que rejeitarão o segundo pacote de reformas, assim como fizeram com o primeiro. Integrante do Syriza e presidente do Parlamento, Zoe Konstantopoulou, declarou que a “democracia na Grécia está sob ameaça”. “Estamos sendo ameaçados. Não há acordo quando um país democrático tem que se submeter à vontade de outros governos e outros países”, disse.

Na última quarta-feira (15), o primeiro pacote de reformas foi aprovado por 229 dos 300 parlamentares. Na ocasião, 64 disseram não e 6 se abstiveram. Entre os 149 parlamentares do Syriza, 32 votaram não, 6 se abstiveram e um estava ausente. Com isso, Tsipras precisou de votos da oposição para garantir a aprovação do texto.

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A dissidência gerou reação do primeiro-ministro, que trocou nove membros do primeiro e segundo escalões do governo, entre eles, figuras importantes, como o ministro da Energia, Panagiotis Lafazanis. O racha na base do governo tem gerado rumores sobre a convocação de novas eleições e inclusive sobre a criação de um novo partido contra a austeridade, liderado por Lafazanis e pelo ex-ministro de Finanças Yanis Varoufakis.

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