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O grupo português de energia EDP anunciou nesta quinta-feira um plano para fechar capital da EDP Brasil, ou Energias do Brasil (ENBR3), visando trazer maior flexibilidade na gestão financeira e operacional para a subsidiária local.
O processo de fechamento de capital, que ocorre quase 20 anos depois da companhia de energia elétrica ter realizado o IPO no Brasil, já foi formalizado na CVM, com pedido de registro de oferta pública para aquisição (OPA) da totalidade das ações ordinárias da EDP Brasil.
O preço atribuído pela EDP para cada ação objeto da OPA será de R$ 24,00 por ação, a ser pago à vista e em moeda corrente nacional, equivalente a um prêmio de 22,26% sobre o preço de fechamento da ação na véspera, de R$ 19,63. Com isso, os papéis ENBR3 saltaram 14,72%, a R$ 22,52. Na máxima do dia, chegou a subir 19,31%, a R$ 23,42.
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A EDP é controladora da EDP Brasil, sendo detentora de 56% das ações. Aproximadamente 41,3% dos papéis da companhia estão em “free float”, e os 2,6% restantes, em tesouraria.
Em comunicado divulgado nesta madrugada, a empresa informou que pretende concluir o processo ainda este ano, e que o cronograma estimado é de sete meses.
Segundo o controlador, que detém 56% do capital da empresa, o movimento ocorre num ambiente internacional particularmente desafiador, devido ao cenário de altas taxas de juros e demonstra confiança do grupo português EDP na economia brasileira, em suas instituições e no ambiente de negócios. Em nota, a companhia afirma, ainda, que o objetivo da operação é acelerar e reforçar a posição no País, “uma vez que o ativo possui um alto valor agregado e estratégico ao negócio, além de ser uma aposta no mercado brasileiro”.
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A empresa também informou que apesar da movimentação, o Plano de Negócios 2021-2025 será mantido, com foco em crescer especialmente em distribuição, transmissão e geração solar fotovoltaica, com destaque para a geração distribuída (GD).
O BTG Pactual atuará como instituição intermediária da OPA. Também trabalharão como assessores da operação o banco Morgan Stanley e o escritório de advocacia Mattos Filho.
A EDP ingressou no Brasil em 1996, com a compra de uma participação na antiga Cerj (hoje Enel Rio), e abriu capital na bolsa brasileira em 2005.
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Hoje, a companhia de energia elétrica atua nos segmentos de distribuição, geração, transmissão e oferta de soluções e serviços. Na distribuição, atende cerca de 3,8 milhões de clientes por meio de duas concessionárias, em São Paulo e Espírito Santo, além de ser importante acionista da distribuidora estatal Celesc (CLSC3), de Santa Catarina.
Nos últimos anos, a EDP fez uma reformulação de seu plano estratégico no Brasil, conduzindo uma rotação de ativos com o objetivo de sair de setores menos estratégicos e levantar capital para investir em segmentos que considera mais atrativos, como o de geração solar. Nesse processo, a empresa vendeu uma hidrelétrica e parte de seu portfólio de linhas de transmissão.
A companhia também está encabeçando uma discussão importante sobre a renovação das concessões de distribuição de energia no Brasil. A EDP Espírito Santo é a primeira de quase 20 distribuidoras que terão expiração de contratos a partir de 2025. A União ainda não definiu se as concessões serão renovadas ou se promoverá novos leilões.
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(com Reuters e Estadão Conteúdo)
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