Energia: uso de térmicas e empréstimo para Argentina oneraram brasileiro

Medidas do governo brasileiro foram condenadas pelo Instituto Acende Brasil; geração de energia ficou R$ 1 bi mais cara

Flávia Furlan Nunes

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SÃO PAULO – As medidas tomadas pelo governo brasileiro de acionar as usinas térmicas até o início de maio e emprestar energia elétrica para a Argentina foram condenadas na 5ª edição do Programa Energia Transparente, uma vez que oneraram o consumidor brasileiro.

Segundo o relatório, divulgado nesta terça-feira (24) pelo Instituto Acende Brasil, o governo decidiu pelo acionamento de todas as usinas térmicas, incluindo as com custo de operação bastante elevado (termelétricas a diesel e a óleo), até maio, apesar das fortes chuvas que afastaram o risco de racionamento já em janeiro.

Com isso, a geração de energia ficou R$ 1 bilhão mais cara, e quem pagará a conta é o consumidor, por meio do ESS (Encargo de Serviços do Sistema).

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Energia à Argentina

Em relação ao fato de o Brasil emprestar energia para a Argentina, o relatório critica que os preços praticados estão abaixo do mercado. “Pelos valores praticados, é como se o Brasil estivesse vendendo energia subsidiada para a Argentina”, diz o presidente do Instituto, Claudio Sales.

A proposta do governo brasileiro prevê que a exportação se realize ao Preço de Liquidação de Diferenças (PLD), o qual não considera o custo de oportunidade, que se refere ao que os argentinos teriam de pagar a mais pela geração de energia originária das térmicas a diesel, que são mais caras. O custo praticado é de R$ 70/MWh, enquanto o defendido pelo Instituto é de R$ 252/MWh.

Além disso, o relatório alerta que o empréstimo de energia pode colocar em risco o equilíbrio do sistema brasileiro. “Apesar do nível elevado de armazenamento, o sistema continua vulnerável à ocorrência de secas moderadamente severas”, revela o documento.

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O sistema e o bolso do brasileiro

Decisões do governo, como as citadas acima, devem ser feitas com mais transparência, segundo o instituto, principalmente por meio de simulações que explicitem os custos e os benefícios para a segurança do abastecimento e para o bolso do consumidor brasileiro.

“A inexistência de regras traz como conseqüência a insegurança. Com regras estabelecidas, é possível tomar providências individuais que, no final, refletirão em toda a sociedade”, finaliza Sales.

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