Encontro de líderes na Europa trouxe mais do mesmo, diz Société Générale

Destaque ficou por conta do embate sobre os eurobonds entre Angela Merkel e o estreante François Hollande

Graziele Oliveira

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SÃO PAULO – O encontro informal dos líderes da União Europeia na noite de quarta-feira (23), em Bruxelas, destinada a debater formas de promover o crescimento na região, foi marcado pelo pouco avanço nas discussões. “Como esperado, entregou-se pouco em termos de resultados tangíveis”, dispara a head de economia do Société Générale, Michala Marcussen.

Em comunicado, Herman Von Rompuy, presidente do Conselho Europeu, notou que a austeridade e o crescimento são duas faces da mesma moeda e delineou uma estratégia de crescimento baseada em três pilares, prometendo propostas sobre a profunda crise do bloco já para a reunião de Cúpula da União Europeia, em 28 e 29 de junho.

Além disso, os líderes reiteraram a afirmação de que a Grécia deve permanecer no euro, mas apenas se os acordos de austeridade firmados até o momento forem respeitados. “Embora pouco tenha sido dito, é claro que os Eurobonds ainda são uma possibilidade de longo prazo, mas também não são esperados em um futuro imediato. O mais preocupante é o ritmo lento da acção dos políticos. Isso reforça a sensação de déjà vu de 2011, já visível nos mercados financeiros”, escreve.

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Estreia de Hollande
Se o bloco se mostra coeso quanto à permanência da Grécia no grupo, por outro lado a estreia do mais novo presidente francês François Hollande trouxe alguma instabilidade para o encontro.

Hollande fez questão de marcar território e deixou claro que o confronto entre a França e a Alemanha, sobre a manutenação do ciclo de arrocho econômico, será intenso. A chanceler alemã chegou a admitiu durante o evento que defende posturas divergentes das opiniões do presidente francês.

“Cada um de nós falou uma vez e articulamos diferentes opiniões sobre os eurobônus”, disse Merkel em entrevista coletiva após o encontro, que é contra a emissão de dívida em comum entre os países da Zona do Euro através de eurobonds como uma solução para o crescimento da economia europeia. Sobre este ponto, Hollande defende a emissão de títulos da dívida comum na Zona do Euro.

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