Embraer (EMBR3): JV com japonesa Nidec é positiva e cria nova via de crescimento para empresa

Eve, da Embraer, e Nidec assinaram acordo para formar uma JV focada no desenvolvimento de sistemas de propulsão elétrica para aeronaves

Felipe Moreira

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A Embraer (EMBR3) e a empresa japonesa Nidec Corporation assinaram na última sexta-feira (16) um acordo para formar uma joint venture chamada Nidec Aeroespace, focada no desenvolvimento de sistemas de propulsão elétrica para aeronaves, com foco inicial no mercado de eVTOLs. A transação combina sinergias complementares e expertises em áreas distintas das engenharias das duas empresas. A Nidec deverá deter 51% das ações da Nidec Aerospace, enquanto a Embraer terá 49%.

No começo da tarde desta segunda-feira (19), as ações EMBR3 subiam 2,33%, a R$ 20,60, mas amenizaram e fecharam em leve alta, de 0,35%, a R$ 20,20.

O Bradesco BBI comenta que a Embraer está avançando no desenvolvimento de seu eVTOL e destaca que a Eve, controlada da Embraer focada em mobilidade aérea, tem o maior backlog (carteira de pedidos) do setor, o que demonstra a confiança do mercado de que a empresa pode certificar e entregar suas aeronaves dentro do prazo e do orçamento.

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O JPMorgan avalia o acordo como positivo para a Embraer, permitindo que a empresa faça parceria com uma empresa premium no segmento de eletrificação, criando uma nova via de crescimento para a empresa.

“Além disso, a transação reflete um passo adicional na consolidação da cadeia de suprimentos da Eve, reduzindo o risco de execução em relação à entrega de seu primeiro eVTOL até 2026”, pontua JPMorgan.

Com relação à avaliação, as ações da Embraer atualmente são negociadas a 6,4 vezes o EV/Ebitda (ou o valor da empresa sobre o lucro antes de juros, impostos, depreciações e amortizações) esperado para 2023, em comparação com a Airbus (AIR.PA) a 11,2 vezes e a Bombardier (BBD-B) a 8,8 vezes.

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O Citi comentou que o acordo parece marginalmente positivo para a Embraer, uma vez que o investimento planejado não é grande e pode ajudar a empresa a diversificar suas fontes de receita. Embora a companhia possa conquistar pedidos de jatos comerciais durante o Paris Air Show desta semana, a falta de atividade de pedidos de jatos comerciais desde meados de janeiro parece reforçar o esforço da administração em encontrar outras áreas de crescimento.

A XP Investimentos, por sua vez, vê a criação da cadeia de valor de suprimentos da eVTOL como um fator-chave para o desenvolvimento da aeronave da Eve, com a montagem de seu protótipo prevista para ocorrer ao longo do segundo semestre de 2023, seguida de campanha de testes em 2024.

“Nesse sentido, a empresa não apenas anunciou o contrato de fornecimento do sistema de propulsão elétrica com a Nidec Aerospace, mas também o contrato de fornecimento de rotores e hélices com a DUC Hélice Propellers e o acordo para sistemas de armazenamento de energia com a BAE Systems”, lembra XP.

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O BBI mantém recomendação outperform (desempenho acima da média do mercado, equivalente à compra) para os ADRs (American Depositary Receipts, ou recibo de ações negociado na Bolsa de NY) da Embraer, com preço-alvo de US$ 24. A XP também reitera recomendação de compra para a Embraer.

Já o Citi mantém uma classificação Neutra para os ADRs da fabricante de jatos, com preço-alvo de US$ 16,50.

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