Em 12 anos, preço do gás não mudará, diz Petrobras

Aumento na cobrança do produto importado da Bolívia será empregado a partir de 2019, quando os contratos atuais se rescindirem

Equipe InfoMoney

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SÃO PAULO – Dentro dos próximos 12 anos, o preço do gás não vai mudar ao consumidor. Pelo menos foi isso o que afirmou a Petrobras, por meio de assessoria de imprensa, ao comentar o acordo firmado na quarta-feira passada (14) entre a estatal e sua principal fornecedora, a Bolívia.

Em reunião ocorrida em Brasília, o ministro de Hidrocarbonetos da Bolívia, Carlos Villegas, de Minas e Energia do Brasil, Silas Rondeau, e os presidentes da Yacimientos Petrolíferos Fiscales Bolivianos (YPFB), Manuel Morales Olivera, e da Petrobras, José Sergio Gabrielli de Azevedo, decidiram que não haverá alteração de volumes ou na fórmula do preço de compra do gás natural da Bolívia prevista no atual contrato.

Líquidos

Os acordos feitos entre as estatais e distribuidoras brasileiras vigorarão até 2019. A partir daí, novos documentos serão assinados – o que possibilitará um aumento na cobrança atual.

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Em termos bem técnicos, a estatal explicou por meio de nota ter aceitado pagar à YPFB, a preços vigentes no mercado internacional, pelas frações de hidrocarbonetos líquidos presentes no gás natural efetivamente entregues que elevam seu poder calorífico para valores acima de 8.900 quilocalorias (kcal) por metro cúbico (m3), equivalentes a
mil BTU (unidade térmica britânica) por metro cúbico.

Poder calorífico

Atualmente, produto entregue ao Brasil tem poder calorífico de no mínimo 9.200 kcal/m3.

“Reconhecendo esse benefício de qualidade, a Petrobras aceitou remunerar a YPFB pelo valor calorífico que exceder 8.900 kcal/m3 (mil BTU), de acordo com fórmula a ser negociada com base em cotações internacionais que deverá constar de um aditivo ao contrato”, explicou, por meio de nota.

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De uma maneira geral, em outras palavras, a assessoria de imprensa da estatal explicou que havendo novos contratos ou alterações nos atuais, um aumento na cobrança será empregado. Em caso negativo, seguem-se os valores.

Encarecimento futuro

O milhão de BTU, sem contar o transporte, sai por US$ 4,20. O temor que ronda o mercado é que haja encarecimento de 3% a 6% nesse valor com a implantação da nova cobrança, no prazo de 12 anos.

De acordo com recente entrevistada dada pelo diretor superintendente da Associação Brasileira de Gás Natural Veicular (ABGNV), Antonio José Teixeira Mendes, à InfoMoney, mesmo que houvesse um aumento de 25% no valor do produto, o impacto às bombas de combustível brasileiras não chegaria a 0,5%. O motivo, segundo ele, é a diluição desse encarecimento da produção até a venda.

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Indústrias

De acordo com o coordenador de Administração das Faculdades Integradas Rio Branco, Carlos Eduardo Stempniewski, o que preocupa realmente são as indústrias que alteraram sua matriz energética recentemente para gás natural.

Segundo o professor, como essas empresas estão receosas quanto ao futuro do combustível no País, a tendência é de nova conversão de combustível ou de escolha de um novo.

“Pode ser biodiesel, até mesmo rede elétrica. Mas essa reversão deve ser repassada ao consumidor”, explicou, há pouco tempo.

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