ELET6: Obra da linha de transmissão entre Manaus e Boa Vista, autorizada por Lula, é prioridade para Eletrobras, diz CEO

Wilson Ferreira Jr afirmou que Linhão do Tucuruí tem a “cara” da Eletrobras; elétrica faz aceno ao governo, exaltando energia renovável

Augusto Diniz

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O início das obras da linha de transmissão entre Manaus (AM) e Boa Vista (RR) – o chamado Linhão do Tucuruí, ao custo de R$ 2,6 bilhões e com 721 quilômetros de extensão –, que teve sua ordem de serviço assinada dias atrás pelo presidente Lula, é uma das prioridades em termos de investimentos da Eletrobras (ELET6).

A companhia se tornou dona do projeto com a Alupar (ALUP3) antes da privatização e a obra estava parada por diversas ações judiciais. O empreendimento integrará finalmente Roraima ao Sistema Interligado Nacional (SIN), acabando com isolamento do Estado do sistema elétrico brasileiro.

“Essa obra é prioritária para a Eletrobras. Uma obra desse porte tem a cara da Eletrobras, do ponto de vista de integração do Estado do Roraima”, disse Wilson Ferreira Júnior, CEO da companhia, durante coletiva de imprensa nesta quarta-feira (9), para comentar os resultados do segundo trimestre.

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“São mais de R$ 3 bilhões em investimento. É uma linha de transmissão que deve ser viabilizada em dois anos e pouco”, complementou.

A Eletrobras registrou lucro líquido 16% maior no 2º trimestre, indo a R$ 1,619 bilhão. Após os resultados, analistas reforçaram otimismo com ações.

ELET3: Eletrobras foca em linhas de transmissão

A Eletrobras privatizada tem foco em investimento em linhas de transmissão, notadamente greenfield (construção que começa do zero). Ferreira ressaltou até que os próximos leilões a companhia será mais competitiva – no primeiro que participou, em junho, levou apenas um lote.

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“A gente entende que os próximos leilões vão ser potentes, de ativos relevantes”, comentou. “Estamos avaliando também M&A (fusões e aquisições). Mas a prioridade em geração de valor é participar de leilões (de transmissão)”, acrescentou.

O executivo também exaltou o fato da companhia atuar fortemente para o país ter índice elevado de energia limpa, indicador frequentemente citado pelo presidente Lula e plano de governo para atração de investimentos.

“Em um momento que o Brasil se destaca sobre a perspectiva de nossa matriz (energética), é bom lembrar que o país tem 86% da sua energia renovável puxada pela Eletrobras, que tem 97%. E a Eletrobras continua crescendo, tomando decisão na área de geração e transmissão”, comentou.

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“Essa linha Manaus-Boa Vista é um exemplo de descarbonização porque ela vai ligar ao Sistema Interligado nacional. Ela vai desmobilizar uma série de (empreendimentos) de gerações térmicas no meio da Amazônia, para alimentar (com energia elétrica) o Estado de Roraima”, disse a jornalistas Wilson Ferreira.

Venda do parque térmico

O executivo disse que a decisão da desmobilização do parque térmico da Eletrobras se deve, em parte, ao fim da concessão por decisão empresarial, que se agrega à estratégia de net zero (neutralidade de carbono zero) até 2030 da companhia.

“Nós seremos a primeira empresa a chegar ao net zero de energia no mundo”, exaltou. Ele disse que avançam as negociações de venda das térmicas e que ainda este mês “haverá novidades sobre o assunto”.

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Por fim, Wilson Ferreira disse que a Eletrobras não tem planos de se desfazer da participação da UHE Belo Monte, um dos principais projetos do governo Lula em seu primeiro mandato.

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