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SÃO PAULO – O professor de economia Nouriel Roubini, conhecido como Dr. Doom, está na contramão do mercado mais uma vez, destacando que o otimismo em relação aos mercados emergentes nos últimos tempos – antes do forte sell-off – é “provavelmente correto” dado os fundamentos robustos no médio prazo em sua maioria, o que inclui urbanização, industrialização e o surgimento de uma classe maior de consumo.
No entanto, em artigo na última sexta-feira para o Project Syndicate, o economista aponta que os “Cinco Frágeis” – Índia, Indonésia, Brasil, Turquia e África do Sul – estão entre os mais atingidos em meio à turbulência dos mercados emergentes, mas que o risco de uma crise bancária e da dívida soberana permanece baixo.
“Todos têm taxa de câmbio flexíveis, reservas confortáveis e menos disparidades de divisas”, avalia Roubini. “Muitos também têm sistemas bancários mais sólidos , enquanto que a relação entre a dívida pública e privada , embora crescente , ainda está baixa, com pouco risco de insolvência”, destacou.
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O economista, por sua vez, adverte que os próximos dois anos serão atribulados para os emergentes com a implementação de diferentes políticas, mais sólidas. “Os problemas políticos de curto prazo que muitos desses países enfrentam seguem desafiadores. Os riscos externos e as vulnerabilidades macroeconômicas estruturais continuarão a tornar nubladas as perspectivas imediatas”, avalia.
A ameaça de um pouco forçado na China e a diminuição do programa de compra de títulos pelo Federal Reserve também são alguns dos pontos destacados pelo economista para a recente turbulência dos mercados emergentes.
“Esses riscos não vão diminuir tão cedo. Na verdade, o fracasso de muitos governos de países emergentes em apertar a política macroeconômica suficientemente levou a uma nova rodada de desvalorização das moedas, o que leva ao risco de alimentar a inflação e prejudicar a capacidade desses países de financiar os seus déficits”, disse ele.
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