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SÃO PAULO (Reuters) – O dólar voltou a registrar uma sessão de gangorra nesta quarta-feira, mas ao término dos negócios firmou queda e fechou abaixo de 5,20 reais, com investidores descontando na moeda a volta do apetite por risco no exterior, mas sem tirar do radar o noticiário de Brasília e dados econômicos locais.
O dólar à vista caiu 0,73%, a 5,1927 reais na venda, maior baixa diária desde 14 de julho (-1,87%).
A moeda oscilou de 5,279 reais (+0,92%) a 5,1811 reais (-0,95%).
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Lá fora, o dólar recuava 0,2%, afastando-se ainda mais de máximas em três meses e meio alcançadas na véspera.
O mercado operou sob maior estresse na parte da manhã, quando o dólar ainda esboçava força contra vários pares. Aqui, a cotação bateu a máxima do dia por volta de 11h30, quando predominaram ruídos sobre esvaziamento do Ministério da Economia de Paulo Guedes.
No decorrer do pregão, porém, investidores ponderaram leitura de que a pequena reforma ministerial anunciada pelo presidente Jair Bolsonaro –que inclui ainda mudanças na Secretaria-Geral e na Casa Civil– visa fortalecer a base de apoio do governo no Congresso, especialmente porque o cotado para assumir a Casa Civil, o senador Ciro Nogueira (PP-PI), é visto como nome-chave de suporte ao governo no Legislativo.
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O sentimento positivo no Brasil com os fortes dados de arrecadação entrou na conta do alívio do dólar, por indicarem que a economia segue em trajetória de crescimento.
Ao mesmo tempo, a moeda entrou em rota descendente no exterior, com os mercados reduzindo prêmio de risco relacionado à Covid-19 enquanto monitoravam notícias sobre a recondução de Jerome Powell à chefia do banco central norte-americano, balanços corporativos otimistas nos EUA, política monetária na zona do euro e o pacote trilionário de infraestrutura nos Estados Unidos.
Veja gráfico intradiário da taxa de câmbio dólar/real (em laranja) e do índice do dólar frente a uma cesta de moedas:
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No Brasil, o mercado voltou a comentar a amplitude das variações do dólar. A moeda caiu 0,35% na terça, depois de saltar 2,59% na segunda.
A diferença média entre máximas e mínimas do dólar futuro em relação a cada fechamento anterior vem em alta desde meados de junho, saindo de cerca de 1,22% para 1,75%. Outra medida de instabilidade, a volatilidade implícita nas opções de dólar/real de três meses desde o começo do mês voltou a ser a mais alta dentre os pares comparáveis do real, estando em 16,6% ao ano, contra 10,9% do peso mexicano,.
“É uma volatilidade que atrapalha qualquer (fundo) multimercado, qualquer ‘case’ construtivo para o Brasil”, disse Roberto Motta, responsável pela mesa de derivativos da Genial Investimentos.
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Para Luca Maia, estrategista de câmbio e juros para América Latina do BNP Paribas, o real seguirá com alta volatilidade até que o Banco Central complete o ciclo de normalização monetária.
“Achamos que isso (a alta recente do dólar) é um movimento mais técnico, já que o real vinha de uma valorização desde março e havia maior carregamento de posições vendidas em dólar quando o mercado começou a discutir mudanças no cenário de crescimento econômico global”, disse Maia.
Por ora, a principal posição do BNP em real é contra o euro, escolha, segundo Maia, justificada pela expectativa de que a narrativa de redução de estímulos nos Estados Unidos enfraqueça a moeda comum europeia, o que a tornaria ideal para financiamento.
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O euro chegou ao fim da tarde em queda de 0,5%, para 6,1181 reais.
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