Dólar é impulsionado por recordes em Treasuries longos e risco fiscal nos EUA

No lado fiscal, Haddad disse em evento que o texto da reforma tributária mudará no Senado, mas em nada que impeça a Câmara de votar neste ano

Estadão Conteúdo

Dólar e pounds/libras (Foto: Matt Cardy/Getty Images)
Dólar e pounds/libras (Foto: Matt Cardy/Getty Images)

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O dólar ante o real já desacelera a alta registrada nos primeiros negócios desta quinta-feira, 19, em meio a ajustes de posições, e operava ao redor de R$ 5,05 por volta das 9h30, ante máxima intradiária a R$ 5,08 mais cedo. O dólar à vista é alçado pela valorização da moeda americana frente outros pares emergentes ligados a commodities no exterior, diante da persistente elevação dos rendimentos dos Treasuries longos, que renovam máximas desde 2007 nesta manhã.

Os investidores buscam proteção na divisa dos Estados Unidos em meio à sensação de que os juros americanos ainda podem subir em dezembro ou, pelo menos, permanecer elevados por muito tempo. No radar estão discurso do presidente do Federal Reserve, Jerome Powell, e de outros seis dirigentes regionais que votam nas decisões de juros da instituição neste ano.

Ainda pesam preocupações fiscais nos Estados Unidos, com propostas de aumentos de gastos com guerra do governo Biden e impasse político entre Republicanos na Câmara de Representantes, que segue sem presidente.

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Os desdobramentos do conflito entre Israel-Hamas no Oriente Médio permanecem no radar bem como há certo desconforto ainda com a economia da China, em razão do combalido setor imobiliário no país. Investidores aguardam anúncio de taxas de juros para um e cinco anos pelo banco central chinês (PBoC) na noite de hoje.

No mercado local, a guerra Israel-Hamas não deve afetar imediatamente o desempenho da balança comercial do Brasil, de acordo com o relatório do Indicador de Comércio Exterior (Icomex) divulgado nesta quinta pela Fundação Getulio Vargas (FGV). O Icomex prevê um superávit recorde entre US$ 90 bilhões e US$ 92,5 bilhões para a balança comercial brasileira em 2023.

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou que o governo pretende lançar nos próximos 60 dias instrumentos de hedge cambial, a fim de atrair mais investimento estrangeiro de longo prazo, em entrevista à Reuters. A iniciativa está em fase de finalização, em colaboração com o Banco Central, acrescentou o ministro. O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, deve iniciar sua participação em encontro da Fenabrave, em Mato Grosso às 9h30.

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No lado fiscal, Haddad disse em evento que o texto da reforma tributária mudará no Senado, mas em nada que impeça a Câmara de votar neste ano.

Como a reforma tributária deverá unificar a arrecadação de Estados e municípios em um único imposto, o IBS (Imposto sobre Bens e Serviços), senadores elaboram uma forma de evitar que “caroneiros” aproveitem ganhos de arrecadação obtidos pelos outros entes da federação. A ideia é estimular que Estados e municípios não percam o que os parlamentares chamam de “esforço de arrecadação”, em um ambiente em que o bolo será repartido entre todos.

Na agenda local, o Índice Geral de Preços – Mercado (IGP-M) avançou a 0,64% na segunda prévia de outubro, após alta de 0,34% na mesma leitura de setembro, informou hoje cedo a Fundação Getulio Vargas (FGV).

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Às 9h31, o dólar à vista tinha viés positivo de 0,04%, a R$ 5,0568, ante máxima intradiária de R$ 5,0838.. O dólar para novembro recuava 0,10%, a R$ 5,0660.

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