Dólar comercial reduz ritmo de queda após divulgação de indicadores positivos dos EUA

SÃO PAULO – O dólar comercial recupera parte da perda do início da sessão mas segue operando no campo negativo, cotado a R$ 1,7220, baixa de 0,12%, enquanto o mercado avalia indicadores da economia norte-americana e segue atento ao noticiário econômico.

No Brasil, a principal notícia fica por conta da Medida Provisória 513, que trata do FSB (Fundo Soberano do Brasil) e, dentre outros pontos, permite que o Governo utilize os excessos do superávit primário na compra de moedas estrangeiras, que seria feita através do FSB.

Na avaliação dos analistas da Prosper Corretora, a “taxa de câmbio deve fechar o ano no piso “informal” referencial de R$ 1,70/US$, pois o Governo ajustaria os instrumentos, como aumento da compra de dólares no pronto e uso do FSB para interromper uma trajetória de queda do câmbio”.

Formação da Ptax
O mercado observa ainda a disputa pela formação da Ptax, taxa que referencia os vencimentos dos contratos futuros de dólar na BM&F.

“No nosso mercado de câmbio os confrontos entre “comprados” e “vendidos” no dia da formação da Ptax são costumeiros, pelo menos até ser introduzida a nova sistemática de formação da Ptax por média aritmética em 4 amostras pontuais a partir de janeiro, e este fato conhecido enseja o aumento significativo do “giro no interbancário” para artificializar aquela taxa em conformidade com o interesse, no caso dos bancos por se dar no mercado a vista, já que o seu resultado é por média ponderada”, comentou em relatório Sidnei Moura Nehme, economista e diretor-executivo da NGO Corretora de Câmbio. 

Indicadores nos EUA
Nesta sessão, o foco dos investidores deixa de se voltar exclusivamente à Europa para acompanhar a agenda de indicadores norte-americana.

O S&P/Case-Shiller, que trata dos preços dos imóveis nos EUA, apontou para aumento de 0,59% em setembro, na comparação com o mesmo período do ano passado.

Divulgado há pouco, o Chicago PMI, índice que mede a atividade industrial na região de Chicago, subiu em novembro e ficou acima do esperado pelo mercado, atingindo 62,5 pontos.

Da mesma forma, o Consumer Confidence superou as expectativas do mercado e marcou 54,1 pontos em novembro, enquanto que o mercado projetava 52 pontos no período.

Europa: inflação e desemprego
Confirmada a ajuda à Irlanda e em meio aos temores sobre a dívida soberana de nações como Portugal e Espanha, a sessão também teve indicadores econômicos europeus sendo divulgados.

A expectativa de inflação anual na Zona do Euro ficou em 1,9% em novembro, enquanto a taxa de desemprego aumentou para 10,1% em outubro, conforme dados da Eurostat, órgão oficial de estatística da União Europeia, divulgados nesta terça-feira.

Dólar futuro na BM&F
Na BM&F, o contrato futuro com vencimento em dezembro é cotado a R$ 1,719, leve baixa de 0,03% em relação ao fechamento de R$ 1,720 da última segunda-feira. O contrato com vencimento em janeiro, por sua vez, opera em alta de 0,12%, atingindo R$ 1,734 frente a R$ 1,732 do fechamento de segunda-feira.