Dólar comercial opera em baixa após leilão de títulos portugueses

SÃO PAULO – O dólar comercial opera nesta quarta-feira (12) em baixa de 0,41%, cotado a R$ 1,6800 na venda, com o mercado de olho no cenário externo, avaliando o leilão de títulos de Portugal, além de aguardar a agenda de indicadores norte-americanos desta data. Apesar desta variação, a moeda norte-americana registra alta de 0,83% desde o início do ano.

No cenário interno, os investidores ainda mantêm as expectativas por novas ações do Governo para o mercado de câmbio, na esteira das recentes medidas que restringiram as operações dos bancos com posições vendidas em dólar e permitiram que o Banco Central operasse com derivativos cambiais em nome do FSB (Fundo Soberano do Brasil). Além disso, a autoridade monetária segue realizando diariamente intervenções no câmbio via leilões de compra no mercado à vista.

Na agenda de indicadores, o BC divulga às 12h30 os dados sobre o fluxo cambial e também de suas reservas internacionais na primeira semana de 2011, que devem ser impactadas pelos dois leilões de compra diários que a instituição manteve quando o dólar atingiu um patamar mais próximo de R$ 1,65.

Leilão de títulos de Portugal
Com a crise fiscal da Europa de volta ao foco dos investidores, nesta manhã o governo de Portugal realizou leilão de títulos públicos, que registraram alta demanda. Foram ofertados € 650 milhões em títulos com vencimentos de 4 anos, os quais renderão juros de 5,396% ao ano e mais € 599 milhões em papéis com que vencerão em 2020, que pagarão juros de 6,716% ao ano.

O economista Julio Hegedus, do InterBolsa Brasil, comenta que caso os juros cobrados ficassem acima de 7%, “significaria, muito provavelmente, pedido de socorro do governo português às autoridades europeias”. Vale lembrar que na próxima sessão, vencem os bônus da Itália e da Espanha.

Indicadores norte-americanos
Nesta quarta-feira, vários números sobre a economia norte-americana serão divulgados. Às 11h30, serão divulgados dados sobre preços dos bens exportados e importados pelos EUA, com exceção da produção agrícola e do preço do petróleo, respectivamente.

Mais tarde, às 17h00, o Departamento do Tesouro norte-americano divulga dados mensais do orçamento governamental e o Federal Reserve publica o Livro Bege de janeiro, relatório sobre o cenário econômico nos EUA. Segundo os consultores da LCA, “o Fed deverá se mostrar um pouco mais otimista em relação à trajetória de recuperação da economia norte-americana, mas ainda externando preocupação com o ritmo de retomada do mercado residencial e do mercado de trabalho”.