Dólar cai mais de 1% e vai a R$ 4,80 com China, EUA e S&P; veja o que fez a moeda seguir nas mínimas em um ano

Conjunção de fatores fez com que a divisa americana seguisse no menor patamar em um ano

Equipe InfoMoney

Publicidade

O dólar comercial voltou a cair ante o real nesta quarta-feira (14), pela quarta sessão consecutiva, com as cotações reagindo à expectativa de novos cortes de juros na China e a decisão de política monetária do Federal Reserve, que não alterou sua taxa básica.

Também colaborou para o maior ânimo a alteração da perspectiva de rating (nota de crédito) do Brasil de estável para positiva pela agência de classificação de risco S&P Global Ratings. A classificação positiva para o país não acontecia desde 2019.

Assim, a divisa americana comercial fechou o dia cotado a R$ 4,806 na compra e R$ 4,807 na venda, com baixa de 1,14%, no menor patamar desde 6 de junho de 2022, quando fechou o dia vendida a R$ 4,7956.

Continua depois da publicidade

Pela manhã, a moeda americana recuava no Brasil e no exterior, em meio à expectativa de que Banco do Povo da China possa cortar seus juros de médio prazo para estimular a economia.

Na sessão de segunda-feira, o mercado já havia reagido positivamente ao corte dos juros de curto prazo por Pequim.

Sempre que a China anuncia estímulos econômicos, as moedas de países exportadores de commodities, como o real brasileiro, são favorecidas, em detrimento do dólar.

Continua depois da publicidade

Assim, a moeda norte-americana sustentou perdas até o meio da tarde, quando o Federal Reserve anunciou sua decisão de política monetária, bastante aguardada pelos investidores. O Fed anunciou a manutenção dos juros na faixa de 5% a 5,25% ao ano, mas sinalizou em novas projeções econômicas que os custos dos empréstimos podem aumentar mais 0,5 ponto percentual até o final do ano.

Esta perspectiva de novos aumentos de juros fez o dólar recuperar terreno ante várias divisas, mas o movimento não se sustentou.

O chair do Fed, Jerome Powell, acabou segurando a recuperação do dólar, ao adotar em alguns momentos um discurso um pouco mais brando — ou “dovish”, no jargão do mercado – em fala à imprensa.

Continua depois da publicidade

Powell afirmou que as projeções do Fed não são um “plano” ou uma “decisão”. Na prática, ele manteve a porta aberta para a instituição realizar qualquer movimento – seja manter a taxa de juros, seja elevá-la.

Com isso, o dólar voltou a perder força ao redor do mundo, inclusive em relação ao real.

Além disso, o movimento de baixa ganhou força após a notícia da S&P, que foi divulgada perto do fechamento.

Continua depois da publicidade

A agência de classificação de risco elevou a perspectiva para a nota de crédito do Brasil de “estável” para “positiva”, e reafirmou o rating “BB-“. De acordo com a agência, sinais de maior certeza sobre políticas fiscal e monetária estáveis podem beneficiar as perspectivas de crescimento econômico do país, atualmente baixas.

“A notícia é positiva, embora algo inesperada, uma vez que o novo quadro fiscal ainda não foi aprovado e as perspectivas e o conteúdo final da reforma tributária ainda são incertos. Além disso, houve nos últimos meses uma clara deterioração das políticas microeconômicas e do ambiente regulatório”, afirma Alberto Ramos, diretor de pesquisa econômica para América Latina do Goldman Sachs.

Ramos avalia que subir na escala de ratings e finalmente recuperar o status de grau de investimento exigiria reformas decisivas e políticas macro, micro e regulatórias que apoiem o investimento e promovam o crescimento da produtividade (ou seja, elevem o atualmente modesto potencial de crescimento real do PIB) e estabilizem a dívida dinâmica.

Continua depois da publicidade

“Em nossa avaliação, fora da política monetária, o atual mix de políticas macro e micro e as perspectivas para reformas ainda estão significativamente aquém desse padrão”, aponta.

(com Reuters)

Newsletter

Infomorning

Receba no seu e-mail logo pela manhã as notícias que vão mexer com os mercados, com os seus investimentos e o seu bolso durante o dia

E-mail inválido!

Ao informar os dados, você concorda com a nossa Política de Privacidade.