Dólar abre em queda, em linha com novo pacto fiscal definido na Europa

Investidores estão mais propensos ao risco, segundo especialista que também destaca a formação da Ptax nesta sessão

Graziele Oliveira

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SÃO PAULO – Com os mercados atentos aos desdobramentos na Europa e, sobretudo, ao impasse na questão da Grécia, o dólar comercial inicia os trabalhos do última dia útil de janeiro em queda de 0,84%, valendo R$ 1,734.

Na última noite, 25 líderes da União Europeia, reunidos em Bruxelas, concordaram com os detalhes do novo pacto fiscal, sendo que a assinatura deste deverá ocorrer em março. Apenas Reino Unido e a República Tcheca não aderiram ao acordo.

Ainda nesta linha, a Grécia segue sem um acordo final para a reestruturação da sua dívida, o que eleva os temores de contágio na região e contamina as condições de solvência de Portugal. Porém, seguem as promessas das autoridades gregas, dos líderes europeus e dos representantes privados de que os termos para a troca da dívida do governo de Atenas serão concluídos em breve.

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“Assim, os investidores mostram-se dispostos em tomar risco, o que põe as principais bolsas europeias e o euro em trajetória ascendente nesta manhã, embalando ainda as principais commodities industriais”, explica Miriam Tavares, diretora da AGK Corretora de câmbio.

Mais Europa
Segundo a especialista, as ações do setor financeiro figuram entre os principais destaques de alta. Neta data, uma reportagem do Financial Times reportou que parte dos bancos europeus planeja buscar, em leilão esperado para o fim de fevereiro, um volume até três vezes maior que os € 489 bilhões oferecidos pelo BCE (Banco Central Europeu) na primeira rodada do programa de financiamento emergencial realizada no mês passado.

“Nem mesmo a estabilidade do desemprego na Zona do Euro nos maiores níveis desde 1998 esfriou o ânimo dos negócios, mas a agenda econômica carregada nos EUA ainda pode trazer emoções”, diz a especialista.

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Por fim, Miriam acredita que os mercados continuarão acompanhando as movimentações dos investidores globais. “A disputa para a formação da Ptax (referência para a liquidação dos contratos futuros de câmbio) de final de mês aumenta a volatilidade no câmbio doméstico”, conclui.

Indicadores
Na agenda doméstica desta terça-feira os investidores acompanharam a Sondagem da Indústria de janeiro, divulgada pela FGV (Fundação Getulio Vargas), que avançou 0,5%. Ainda por aqui, o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) reportou a Pesquisa Industrial Mensal: Produção Física, marcando alta de 0,3%. 

Além disso, o Banco Central publica a Nota de Política Fiscal, relatório com os resultados fiscais não-financeiros do setor público, ligados às dívidas e ao superávit primário.

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Nos Estados Unidos, o Departamento de Trabalho norte-americano reporta o Employment Cost Index, índice trimestral, que mede o custo da mão-de-obra. Também será revelado o S&P/Case-Shiller Home Price, indicador que denota a trajetória dos preços das casas no país por meio de uma média móvel trimestral.

Será divulgado ainda o Chicado PMI, indicador que mede o nível de atividade industrial na região. Ainda na pauta econômica norte-americana será revelado o Consumer Confidence, índice que mede a confiança dos consumidores em cerca de 5.000 lares norte-americanos.

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