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No final de 2021, a dívida bruta das empresas brasileiras somou R$ 1,26 trilhão, o maior valor histórico registrado na série histórica da Economatica, que elaborou o levantamento. O número é 15,8% maior do que aquilo registrado no fim de 2021 e o crescimento mantém uma sequência de altas que se dá desde 2016.
O estudo levou em conta dados de 230 empresas com capital aberto que publicam seus números na Comissão de Valores Mobiliários (CVM), excluindo as empresas dos setor financeiro e a Petrobras (PETR3;PETR4), por conta do elevado endividamento desta diante da amostra geral.
A dívida líquida, por sua vez, somou R$ 758 bilhões no final de dezembro, crescendo 23,9% na base anual, sendo resultado da subtração da dívida bruta pelo valor em caixa – este ficou em cerca de R$ 502 bilhões, primeira vez que o valor fica acima de R$ 500 bilhões na história e com alta de 5,5% na comparação com o fim de 2021.
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Além do aumento do endividamento bruto, houve também, no ano passado, o aumento da dívida no curto prazo, que somou R$ 197,6 bilhões, maior valor desde 2010.
Contudo, a comparação do que está em caixa com a dívida de curto prazo se encontra em um múltiplo de 2,57 vezes. “É o segundo melhor registro da amostra, sendo o melhor momento no ano de 2020, com 2,66 vezes”, pontua Einar Rivero, gerente de relacionamento institucional da Economatica. Isso sinaliza que as companhias estão, ao menos no curto prazo, em situações confortáveis para arcar com suas dívidas.
Do outro lado, porém, a relação entre a dívida das companhias com o patrimônio líquido está no maior patamar desde 2015, ficando em 101,5%. O maior registro foi de 104,21%, em 2014. De 2017 até 2021, a relação tem crescimento constante.
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Em 2021, dívida das companhias piorou, em grande parte, por conta de alta do dólar
“Um dos motivos do crescimento da dívida das empresas de capital aberto é a valorização ou desvalorização do dólar. Existem outras componentes que influenciam a variação do endividamento, como captação de novas dívidas ou pagamento delas”, explica Rivero.
A Economatica destaca que a moeda americana fechou o ano passado em R$ 5,58, o maior valor para um fechamento anual da história. “Uma parcela significativa da dívida das empresas é formada em moeda estrangeira, especialmente dólar, o que faz com que o a dívida tenha esse comportamento bem atrelado à paridade da moeda norte americana”, comentou Einar.
A empresa com maior dívida bruta que foi levada em consideração pelo levantamento da Economatica foi a JBS (JBSS3), que fechou 2021 devendo R$ 92,5 bilhões. Atrás do frigorífico, Suzano (SUZB3) e Vale (VALE3) têm dívidas, respectivamente, R$ 79,6 bilhões e R$ 76,9 bilhões. Para fins de comparação, a Petrobras, que foi excluída do levantamento e analisada separadamente, tem uma dívida bruta de R$ 327,8 bilhões.
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Entre os setores com maior dívida, é destaque o de energia elétrica, que tem seis empresas entre as 20 mais endividadas. Além dele, o setor de exploração, refino e distribuição tem quatro empresas, carnes e derivados, três empresas, e papel e celulose, duas.
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