Diretor da Datagro reclama da falta de incentivo para etanol

“Desde o pré-sal, o setor sucroenergético tem zero incentivo”, disse Guilherme Nastari

Rodolfo Mondoni

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SÃO PAULO – Em 2000, os Estados Unidos produziam 6 bilhões de litros de álcool e o Brasil 12 bilhões de litros. Com políticas de incentivo e planejamento, eles aumentaram essa produção para 53 bilhões, enquanto o Brasil passou a produzir 28 bilhões de litros. Isso significa que o país produzia o dobro dos Estados Unidos e agora produz a metade.

“Desde o pré-sal, o setor sucroenergético tem zero incentivo”, disse o diretor da Datagro Guilherme Nastari, em sua apresentação no 1° Fórum XP Commodities, realizado nesta terça-feira, em São Paulo.

Nastari não acredita que o governo da presidente Dilma Rousseff irá criar incentivos para que o setor volte a crescer, mas espera que o próximo a assumir valorize mais os benefícios socioeconômicos que o setor traz a sociedade, como: transferência de renda, emprego e a diminuição de gastos para importação de combustíveis.

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Ele ainda citou a questão climática relacionado ao uso de combustíveis fósseis. “O etanol polui menos e deveria ser remunerado por isso”, defendeu.

El Niño

Durante sua apresentação Guilherme Nastari destacou as boas condições dos canaviais em São Paulo, principal região produtora do país, mas alertou sobre o volume de chuvas. “Cana é grama e precisa de sol e água. Durante a mesma safra ou choveu muito ou foi muito seco. Desde julho as chuvas começaram a aparecer. Agora está chovendo muito e o problema vai ser tirar essa cana”.

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Considera-se o fenômeno de El Niño quando há uma variação de temperatura 0,5°. Em novembro foi registrado um pico de quase 3°. Por isso, a percepção de que teremos um El Niño forte. Isso trouxe chuvas em dezembro, que podem alongar o fim dessa safra. “Existe a probabilidade de termos o El Niño mais forte dos últimos 40 anos”, ressaltou Nastari.  

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