Direcional (DIRR3): CEO vê com cautela classe média no MCMV e diz que novo presidente da Caixa não muda ‘rotina’

Empresa destacou que os custos com materiais e insumos de construção estão mais baixos

Augusto Diniz

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A Direcional (DIRR3) apontou na teleconferência de resultados do 3T23, realizada nesta quarta (8), um cenário bem melhor relacionado aos custos de insumos, o que tanto atormentou o setor até recentemente.

Segundo Henrique Paim, CFO da companhia, vê-se de forma “mais latente queda no preço dos materiais, trazendo um efeito muito positivo, e permitindo que a companhia olhe para frente, de forma otimista, em relação à margem bruta”.

A empresa chamou de benigno os atuais custos de materiais e insumos de construção. Com relação à mão de obra, Ricardo Gontijo, CEO da companhia, comentou que a única preocupação está relacionada à praça de São Paulo.

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“Uma praça com número maior de lançamentos nos últimos anos, volume de obras muito grande; ali realmente tem um desafio maior. Apesar de São Paulo não ter uma representatividade tão grande, já que nossa operação é muito pulverizada, e claramente não vai impacto em nossas margens, é uma praça que tem mais demanda de mão de obra do que o restante do Brasil”, ressaltou.

Notícia espetacular, mas é preciso saber do funding

Na teleconferência, Gontijo comentou ainda sobre possível acesso à classe média ao Minha Casa Minha Vida (MCMV), conforme o governo federal tem se manifestado, que é incluir famílias com renda de até R$ 12 mil no programa.

“Se houver funding, se essa equação de disponibilidade de funding tiver fechada ou tranquila, é espetacular a notícia, inclui muitas famílias para o segmento da Riva (subsidiária da Direcional voltada ao segmento de renda média) como potenciais compradores de nossos produtos”, disse.

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No entanto, o CEO fez ressalvas a proposta do governo. “Mas acho que temos que olhar com cautela e entender muito bem qual é o funding, de onde vem o funding. A gente está aqui para ter um negócio de longo prazo sustentável e não para demanda enorme por um, dois anos”, ressaltou.

A preocupação futura de Gontijo é um possível corte futuro de recursos ao programa depois de implementado. “Acho que é cedo para fazer qualquer tipo de comentário. Numa primeira análise é espetacular, mas acho que tem que ter um pouco de cautela com essa disponibilidade de funding para essa potencial demanda que viria”, complementou.

Nova diretoria da Caixa

Já sobre a nova direção da Caixa Econômica Federal – o novo presidente do banco indicado pelo Centrão, Carlos Antônio Vieira Fernandes, tomou posse na segunda (6) -, o CEO da Direcional disse não ver nenhum impacto no MCMV (a instituição é a operadora financeira do programa).

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“A gente já viu diversas gestões (na Caixa) desde que o Minha Casa Minha Vida foi anunciado, com operação sem impacto, transição sem nenhum tipo de problema, time técnico muito competente, sólido. Isso deixa a gente muito tranquilo na operação com a Caixa”, disse.

“Desde que o Minha Casa Minha Vida foi anunciado em 2009, não houve nenhum problema na operação. Acho que agora vai se dar da mesma forma. Não sabemos como vão ficar as vice-presidências, mas é um ponto que não deve ter impacto e nem se vai haver mudança. Estamos seguindo vida sem nenhuma perspectiva, sem nenhuma luz amarela acesa, mais do mesmo, principalmente relacionado à rotina”, afirmou.

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