Desempenho da indústria petroquímica em setembro frustra expectativas do BES

SÃO PAULO – A Abiquim (Associação Brasileira de Indústrias Químicas) divulgou os dados preliminares sobre o desempenho do mês de setembro deste ano e mostrou uma redução nas vendas domésticas do período, abaixo das expectativas do Banco Espírito Santo.

Ao contrário das estimativas, as vendas internas de todos os principais segmentos acompanhados apresentaram uma queda em relação ao mês anterior, com destaque para a redução de 13% das vendas de resinas, considerada uma notícia bastante ruim pelo BES.

Já no caso específico dos petroquímicos básicos, dado o aumento de produção do próprio segmento e a queda do volume de produção de resinas, os analistas acreditam em um forte incremento das exportações, o que deve reduzir a rentabilidade.

Capacidade da indústria

No mês, o índice geral de ocupação da capacidade da indústria química alcançou 90% com um pequeno crescimento em relação a agosto, mas ainda abaixo do patamar observado em setembro de 2006.

Somente o segmento de petroquímicos básicos apresentou uma evolução positiva de utilização da capacidade instalada em relação ao mês anterior em função dos problemas verificados na planta da Copesul em agosto.

Preços se recuperam

Já em relação aos preços, a pequena recuperação observada nos preços domésticos de resinas, petroquímicos básicos e cloro é a única notícia positiva apontada pelo banco em setembro.

Os analistas ainda ressaltam que este aumento de preços em reais acabou significando um forte aumento dos mesmos em dólar, o que em parte explica a queda de volume de vendas em detrimento das importações.

Fraco desempenho para ações do setor

De modo geral, o desempenho dos principais segmentos da indústria petroquímica em setembro frustrou as expectativas do BES, que acredita que os números devem se traduzir em um desempenho pouco animador para as principais empresas do setor.

Com este cenário desfavorável, as companhias petroquímicas devem apresentar baixo crescimento do volume de vendas em relação ao trimestre anterior, aumento das exportações e, conseqüentemente, queda nas margens, o que deve acarretar em um fraco desempenho das ações do segmento no curto prazo.