Definição de preço do barril deve aliviar pressões sobre Petrobras, afirmam analistas

Ruídos do processo de aumento de capital devem afetar cada vez menos as ações, abrindo oportunidade de compra

Bruna Marques Cortez

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SÃO PAULO – A definição da data para início do processo de capitalização da Petrobras (PETR3, PETR4) e a fixação do preço do barril da cessão onerosa em US$ 8,51 anunciada na noite passada são o principal assunto desta quinta-feira (2) e devem diminuir as pressões sobre as ações da empresa, acreditam analistas. Até a última quarta-feira, as ações PN e ON da Petrobras acumulavam desvalorização de 24,70% e 23,51% no ano, sexta e sétima piores performances do Ibovespa.

O susto do mercado com relação à fixação do preço do barril da cessão onerosa em um nível próximo ao teto das expectativas poderia ter sido maior, mas declarações recentes de autoridades já sugeriam um valor acima de US$ 8,00, de modo que as reações negativas devam ser limitadas, avalia a Gradual Investimentos. A despeito da afirmação, os analistas optam por manter uma postura cautelosa até o final do processo de capitalização.

O preço das ações já reflete tanto o preço do barril definido quanto a potencial diluição de acionistas minoritários, afirmou a Spinelli, destacando a perspectiva de que, daqui para frente, as ações sejam cada vez menos impactadas pelos ruídos do processo de capitalização.

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Com a diminuição dos receios acerca do processo de aumento de capital da petrolífera, o “forte momentum de crescimento das operações e resultados” deve ganhar mais visibilidade. A Spinelli ainda vê um “raro ponto de entrada” nos papéis da Petrobras, dado o desconto dos múltiplos da companhia em relação aos seus pares, bem como a melhor relação risco e retorno.

Diluição
Já o analista Andrés Kikuchi, da Link Investimentos, admite que o valor de R$ 74,8 bilhões da cessão onerosa está dentro do limite de elevação do capital autorizado da Petrobras em ações ordinárias de R$ 90 bilhões (83,1% do total de ações ordinárias), contudo, é superior à participação da União Federal de 51,3% das ações ON no capital social da empresa, podendo indicar inicialmente uma diluição dos demais acionistas minoritários.

A Link considera desfavorável a adesão de minoritários caso a oferta seja inferior a US$ 20 bilhões ou 25 bilhões, “uma vez que não deverá atender a necessidade de recursos necessários ao plano de investimentos da estatal nos próximos anos”.

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MP 500
Apesar do tom cauteloso, a Link acredita que esta diluição dos minoritários poderá ser amenizada pela MP 500, aprovada na última terça-feira (31). A medida abre caminho para que bancos estatais participem da capitalização da Petrobras, o que a princípio elevaria a participação do governo no processo.

Uma coisa é certa para a Socopa: “o governo inevitavelmente aumentará sua participação na estatal” e que o preço das ações no bookbuilding (processo de formação de preço) não seja tão baixo quanto se esperava. Segundo a corretora, a União terá recursos para entrar no final da oferta comprando sobras de subscrição, o que também deverá ser feito pelo Fundo Soberano do Brasil após a aprovação da MP 500.

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