Cyrela (CYRE3) monitora Minha Casa Minha Vida, mas desconversa sobre estratégica específica

Companhia tem subsidiária voltada ao segmento de baixa renda, além de participação na Cury (CURY3) e Plano & Plano (PLPL3)

Augusto Diniz

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O CEO Cyrela (CURY3), Raphael Horn, preferiu desconversar nesta sexta-feira (11) sobre um movimento específicos da construtora direcionado ao programa Minha Casa Minha Vida (MCMV), que passa por reformulação e estímulo neste ano.

“Vai ser mais na decisão do terreno que a gente comprou e gostou do que alguma coisa muito estratégica sobre o assunto”, tangenciou o executivo, durante teleconferência a analistas investidores, para comentar os resultados do segundo trimestre, quando reportou lucro 85% maior.

A Cyrela tem uma subsidiária para atender o segmento do programa habitacional, a Vivaz. “A baixa renda passa sim por um bom momento. É só ver os player de baixa renda, a performance deles. Se tiver terreno bom, também vamos tentar comprar. Mas não há nada estratégico em relação isso”, acrescentou.

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Cyrela: Feliz com os sócios

Além da Vivaz, a Cyrela tem participação na Cury (CURY3) e Plano & Plano (PLPL3), dois grandes operadores do MCMV. “A gente já é grande no segmento porque tivemos muita sorte com nossos sócios (Cury e Plano & Plano)”, disse.

“Não vamos vender a participação em nossos sócios por conta disso. Estamos muito felizes com a participação deles. A gente não tem nenhum medo de ficar grande nesse segmento (de baixa renda), se isso acontecer”, destacou.

Miguel Mickelberg, CFO da Cyrela, avaliou, por outro lado, que pode ter aumento de negócios, sim, no segmento econômico. “A gente tinha pisado um pouco no freio por causa da aceleração da inflação, mas vendo um cenário melhor a gente fica mais animado. E temos terreno (para construir)”, ressaltou.

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Concorrência em São Paulo

Mickelberg disse ainda que o tema mão de obra preocupa em caso de alta demanda de obra no setor de construção. Ele aponta que atualmente houve uma redução de lançamentos na cidade de São Paulo comparando com os anos 2021 e 2022.

“É claro que o Pode Entrar (programa habitacional da prefeitura de São Paulo) e o aumento de volume do Minha Casa Minha Vida são fatores que podem piorar (o quadro de mão de obra). É um tema que a nossa engenharia se ocupa, mas ainda é cedo. No momento a gente vê um cenário mais benigno”, afirmou.

Na teleconferência a analistas, os executivos da Cyrela disseram que não há planos de lançamentos para esse além do que já está no cronograma. Para 2024 e 2025, a grade de lançamento ainda está sendo montada.

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Queda de juros

Sobre o movimento de queda dos juros, Horn foi realista. “A gente não espera melhora nenhuma. Obviamente se os bancos, em algum momento, abaixarem as taxas (de juros) para os clientes, isso vai melhorar. Mas não sei se é no curto prazo”, disse Horn.

“Acho que para preço (de imóvel) começar a subir ainda falta (tempo). Precisaria de alguns anos macro bons para ter efeito preço que justifique ser acima da inflação. A gente não vê preço subindo”, comentou ainda o executivo.

Dividendos da Cyrela

O CFO da Cyrela comentou ainda durante a teleconferência sobre uma possível distribuição extraordinária de dividendos. Ele disse que tradicionalmente realiza essa prática no final do ano, quando aprovada pela empresa.

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O executivo disse que há chance de se conversar sobre dividendos extraordinários internamente. “É possível, sim, que retome as discussões. Mas vai depender da performance”, destacou.

Resultados foram fortes no 2T23

Para o Credit Suisse, a Cyrela apresentou fortes resultados no 2T23, com receita líquida e margem bruta praticamente em linha.

O banco acrescentou que, mais uma vez, a Cyrela mostrou que com uma “operação tranquila e posicionamento diferenciado, é possível superar muitas das adversidades impostas pelo mercado”.

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O BTG Pactual, por sua vez, relatou que os resultados do segundo trimestre foram mais fortes do que o esperado, destacando a margem bruta de 34%.

Ao final da sessão, após o balanço, as ações da construtora fecharam com alta de 2,54%, cotadas a R$ 25,71. Na máxima do pregão, os papéis bateram R$ 25,89 e, na mínima, nos R$ 25,24.

Em 2023, as ações da Cyrela sobem 104,87% e, neste mês de agosto, avançam 7,93%.

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