Cyrela (CYRE3), Even (EVEN3), Lavvi (LAVV3) ou Melnick (MELK3)? Qual construtora divulgou a melhor prévia do 3º trimestre

Na visão do Itaú BBA, Cyrela registrou os números mais fortes, enquanto Melnick tem melhor desempenho na Bolsa com alta de lançamentos e vendas

Equipe InfoMoney

On The Sky by Yoo, da Cyrela

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Apesar de um desempenho tímido na Bolsa brasileira durante a tarde da sessão desta terça-feira (17), com estabilidade para as ações de Cyrela (CYRE3) e Even (EVEN3), leve queda de cerca de 1% da Lavvi (LAVV3) e alta de 1% da Melnick (MELK3), o saldo geral das prévias operacionais divulgadas pelas construtoras na noite da última segunda-feira (16) foi considerado positivo pelos analistas de mercado.

Os lançamentos tiveram queda, com a exceção da Melnick, mas as vendas seguiram resilientes.

Na visão do Itaú BBA, a Cyrela teve o melhor desempenho, o que deixa a equipe de análise confortável em manter a empresa como uma das suas preferências para o setor. As vendas continuaram no ritmo sólido do trimestre anterior, apesar da queda nos lançamentos.

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“Lavvi, como esperado, não reportou lançamentos no trimestre, mas apresentou um desempenho de vendas decente”, aponta o banco.

Já Even reportou um bom conjunto operacional, lançamentos totalizaram R$ 291 milhões, um aumento de 81% na base anual, mas uma queda de 62% em relação à forte comparação do segundo trimestre de 2023 (2T23).

Por fim, Melnick apresentou lançamentos e vendas acelerando tanto trimestralmente quanto anualmente.

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Confira abaixo a análise das prévias operacionais do terceiro trimestre das quatro construtoras que divulgaram seus números na última segunda:

Cyrela ([ativo=CYR3])

Após um trimestre aquecido em termos de lançamentos no 2T23, o volume de lançamentos da Cyrela apresentou desaceleração, com a empresa lançando 13 empreendimentos, totalizando R$ 1,5 bilhão (-41% frente o 2T23 e -26% frente o 3T22), e atingindo um indicador de vendas sobre oferta (VSO) de 46% (+6 pontos percentuais, ou p.p., na base trimestral e + 5 p.p. na base anual).

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Impulsionada pela performance dos lançamentos deste e do último trimestre, as vendas líquidas apresentaram leve queda, atingindo R$ 1,7 bilhão (-7% trimestre a trimestre e -1% ano a ano), apesar da expressiva redução do volume de lançamentos. Diante disso, a VSO da companhia nos últimos 12 meses atingiu o patamar de 48%.

Para a Guide, o impacto da prévia operacional para a tese em Cyrela é neutro. “Apesar da redução no volume de lançamentos e da leve queda nas vendas, os lançamentos da companhia performaram bem e a VSO segue em um patamar elevado. Por fim, vale apontar que vemos com bons olhos o aumento da participação do segmento de baixa renda (MCMV 2 e 3) no mix de lançamentos e de vendas da companhia”, avalia.

Já na visão do BBI, o impacto da tese é positivo. Apesar da desaceleração esperada nos lançamentos após um primeiro semestre de 2023 (1S23) muito forte, a Cyrela manteve uma sólida velocidade de vendas de 48% em 12 meses, reforçando a resiliente posição da empresa à frente do próximo ciclo, alimentada por seu robusto banco de terrenos (landbank), fase de lançamento estável em R$ 6-7 bilhões/ano e estoque controlado.

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“Mantemos nossa recomendação de compra para CYRE3, sendo uma de nossas escolhas preferidas entre os nomes de renda média-alta”, avalia o banco.

O Itaú BBA também visão positiva, com as vendas seguindo no ritmo sólido do trimestre anterior apesar de um declínio lançamentos, refletindo o bom desempenho de vendas de estoque e ampliando a lacuna de desempenho operacional entre a empresa e seus pares.

“A Cyrela reportou dados operacionais saudáveis em todas as áreas no 3T23. Os lançamentos (100%) tiveram um desempenho resiliente, atingindo R$ 2,2 bilhões (-26% na base anual), impulsionados por uma participação mais forte do segmento de baixa renda, aumentando 34% frente o 2T23. Além disso, destacamos um sólido desempenho das vendas líquidas (100%), atingindo R$ 2,3 bilhões (-1% na base anual)”, avaliou a XP, reiterando compra para CYRE3, com preço-alvo de R$ 26 por ação.

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Lavvi (LAVV3)

Após o lançamento do Saffire no 2T23, a companhia não realizou nenhum lançamento, destaca a Guide.

As vendas líquidas atingiram R$ 193 milhões (-50% frente o 2T23 e +131% em relação ao 3T22), impulsionadas pela performance do Galleria, do Eden e do Saffire, com a queda na comparação trimestral sendo atribuída majoritariamente a ausência de lançamentos. Diante disso, a VSO da companhia atingiu o patamar de 14% (-6 p.p. frente o 2T23 e +3 p.p. em relação ao 3T22).

“A companhia não realizou nenhum lançamento, reportando vendas em linha com as expectativas do mercado, enquanto seu estoque segue saudável”, ressalta a Guide.

Para o BBA, os números também foram neutros. “Como esperado, a Lavvi não reportou lançamentos no trimestre. Apesar disso, a empresa apresentou desempenho de vendas decente. Digno de nota, a Lavvi divulgou dois projetos com lançamento previsto no próximo trimestre: Novvo Barra Funda, que marcará a estreia da empresa no segmento popular, e a segunda fase do Eden (4T23), parceria com a Cyrela”, destaca o banco.

Na visão da XP, a Lavvi registrou dados operacionais positivos no 3T23. “Vimos uma falta de lançamentos no trimestre, dado o adiamento do projeto Vila Prudente, embora a empresa tenha mencionado dois potenciais lançamentos no 4T23 (cerca de R$ 500 milhões em VGV, na visão da casa)”, avalia.

Os analistas ressaltam que a queima de caixa aumentou para R$ 148 milhões (versus R$ 17 milhões de geração de caixa no 2T23), em grande parte impulsionada pelas aquisições de banco de terrenos. A XP reitera recomendação de compra para LAVV3 com um preço alvo para o final de 2023 de R$ 9,40 por ação.

Even (EVEN3)

Já a Even realizou 6 lançamentos no trimestre, sendo 3 em SP e 3 no RS, totalizando R$ 291 milhões em VGV (-62% frente o 2T23 e +81% em relação ao 3T22), com a VSO dos lançamentos em SP atingindo 46% (+2 p.p. na base trimestral e -15 p.p. na comparação anual) e a VSO dos lançamentos no RS atingindo 38% (+4 p.p. ano a ano).

As vendas líquidas em SP atingiram R$ 298 milhões (-45% no trimestre e +9% no ano), com R$ 207 milhões em vendas de estoque (+5% trimestre a trimestre e -5% ano a ano), levando a uma VSO de estoque de 10% (-1 p.p. frente 2T23 e +1 p.p. em relação ao 3T22), com a queda na comparação trimestral sendo atribuída majoritariamente a redução no volume de lançamentos.

No RS, as vendas líquidas atingiram R$ 68 milhões, com a VSO de estoque se mantendo em 9%. Diante disso, a VSO consolidada foi de 13%.

“Apesar da queda no volume de lançamentos, os lançamentos da companhia performaram bem, enquanto as vendas de estoque se mostraram estáveis”, avalia a Guide.

Para o BBI, o impacto é neutro para o case. “A empresa reportou números adequados para o 3T23, apesar de ser um trimestre sazonalmente mais fraco, embora não vejamos isso como um divisor de águas em termos de melhoria do ROE (retorno sobre o patrimônio líquido), uma vez que o Rio Grande do Sul deve continuar a pressionar a margem bruta no 3T23 devido às condições de preços ainda difíceis”, avalia. O banco, contudo, tem recomendação outperform (desempenho acima da média do mercado, equivalente à compra) para os ativos, com preço-alvo de R$ 10.

Na visão da XP, os lançamentos (%Even) tiveram um desempenho neutro, com os lançamentos em São Paulo abaixo das suas estimativas em 46%. As vendas líquidas (%Even) tiveram um desempenho positivo, atingindo R$ 366 milhões (+7% ao ano), com as vendas de estoque mantendo um ritmo saudável, atingindo R$240 milhões, ajudadas pelas vendas de estoque em São Paulo que aumentaram 5% trimestre a trimestre.

A casa mantém recomendação de compra para EVEN3 com um preço alvo de R$ 9,00 por ação para o final de 2023, pois vê um cenário de crescimento interessante para lançamentos em SP, com foco em projetos exclusivos de alta renda.

Melnick (MELK3)

Na visão do Itaú BBA, os números da Melnick foram ligeiramente positivos. A empresa relatou um bom conjunto de números operacionais para o trimestre, com lançamentos e vendas acelerando trimestralmente e anualmente.

Os lançamentos do 3T23 (participação da empresa) atingiram R$ 242 milhões, em linha com a projeção do banco e um aumento de 56% no ano (Melnick não teve lançamentos no 2T23). Isso elevou o número dos primeiros nove meses do ano para R$ 675 milhões em lançamentos, ou 75% da estimativa do BBA para o ano inteiro.

As vendas contratadas (participação da empresa) aumentaram para R$ 178 milhões, alta de 60% na comparação trimestral e 18% na comparação anual. Esses números impulsionaram uma aceleração na velocidade de vendas para 14% (de 9% no trimestre anterior), refletindo uma velocidade de vendas de 38% para lançamentos e uma velocidade de vendas de 9% para estoques. O estoque (em meses de vendas) ficou em 20 meses (versus 19 no 2T23).

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