Bitcoin sobe 6% e XRP dispara 18% em retomada de rali cripto após derrapada

O Bitcoin (BTC) se recuperou da queda registrada em meio à nova nova briga judicial entre o regulador do mercado de futuros dos Estados Unidos e a Binance, a maior exchange do mundo por valor de mercado. Na manhã desta quarta-feira (29), a criptomoeda era negociada a US$ 28.396 por volta das 8h, com alta de 6% nas últimas 24 horas.

Entre as altcoins (qualquer cripto diferente do BTC), o destaque ficou por conta da XRP (XRP), que não sentiu o baque da investida regulatória em cima da Binance e subiu pelo segundo dia consecutivo, alcançando US$ 0,58 às 6h45, o maior preço desde julho de 2022. Às 8h, o token teve um leve recuou e era cotado a US$ 0,57. No dia, a alta foi de 18,20%.

O bom momento da XRP é atribuído às expectativas positivas em relação a um processo movido pela Comissão de Valores Mobiliários dos EUA (a SEC), que pode ter um desfecho ainda neste ano. Em agosto do ano passado, o CEO da Ripple, Brad Garlinghouse, disse ao InfoMoney que o processo é um ataque à indústria cripto, mas que os fatos estão do lado da empresa.

Seguindo o ritmo do BTC e da XRP, o Ethereum (ETH), o segundo criptoativo mais valioso por market share, deu um salto de 5,80%, e era negociado a US$ 1.815 no momento da publicação deste texto. Apesar da recuperação, o token está sob pressão “adicional”, e recentemente foi apontado como um possível valor mobiliário por advogados em reguladores do EUA, o que o colocaria sob o guarda-chuva regulatório do país.

Mercado mais forte

Até o início de março, as criptomoedas estavam no meio um rali, sustentado principalmente da quebradeira de bancos nos Estados Unidos e da Europa. A valorização foi interrompida, no entanto, pelo aumento da taxa de juros nos EUA, que costuma repercutir negativamente em ativos de risco, e pelo “FUD” (acrônimo em inglês para medo, incerteza e dúvida) gerado pela pressão regulatória contra a Binance, acusada de oferta irregular de derivativos.

Para Michael Novogratz, fundador da empresa de serviços financeiros cripto Galaxy Digital Holdings Ltd, essa briga dos EUA com o setor vai levar a indústria para a China, que diminiu o cerco regulatório, e esse é um cenário positivo para o segmento no longo prazo.

“O que está impulsionando a cripto amplamente este ano são duas coisas – todas as vendas que precisavam ser feitas foram feitas”, disse Novogratz durante a teleconferência de resultados do Galaxy na terça-feira (28), citada pela Bloomberg. O outro fator, falou ele, é o aumento das atividades da Ásia. “A China tirou a bota regulatória do pescoço de suas empresas de tecnologia e isso inclui cripto.”

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Embora o trade de criptomoedas ter sido proibido na China continental, a cidade de Hong Kong divulgou no ano passado um plano para se tornar um centro de ativos digitais e as chamadas empresas da Web3. Além disso, nos últimos meses os bancos do país têm procurado diretamente as empresas de criptomoedas para oferecer serviços.

“Não me surpreenderia se estivéssemos substancialmente mais altos daqui a três meses, seis meses, nove meses”, disse Novogratz, que previu que o Bitcoin poderia retornar a US$ 30.000 até o final de março.

A Galaxy Digital registrou um prejuízo líquido de US$ 287,8 milhões no quarto trimestre de 2022, em comparação com o lucro líquido de US$ 521,3 milhões no ano anterior. A queda foi atribuída a perdas não realizadas em investimentos em sua carteira de investimentos.

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(Com informações da Bloomberg)