Bitcoin e Ethereum voltam a subir após queda forte mas caminham para segundo mês seguido de baixa

Pela segunda vez na semana Bitcoin (BTC) e Ethereum (ETH) se recuperam após queda na véspera e voltam a operar em terreno positivo na manhã desta quinta-feira (29). A retomada, no entanto, é mais tímida do que a vista na terça-feira (27), principalmente quando comparada à queda mais brusca de ontem, que alcançou perdas de 8%. Às 7h, o BTC era negociado em alta de 4,5%, a US$ 19.489, e o ETH avançava 5%, para US$ 1.338.

Com o salto, as criptos ajudam a puxar o valor do mercado como um todo outra vez para perto de US$ 1 trilhão. Por outro lado, as principais moedas digitais caminham para encerrar setembro em nova queda: até aqui, o Bitcoin acumula 3% de desvalorização no período após baixa de 14% em agosto; e o Ethereum, depois de ter resistido melhor e recuado 7,5% no mês passado, cede 14% desde o dia 1º de setembro.

A queda dos criptoativos arrefeceu ontem na esteira de um pregão positivo nas bolsas dos Estados Unidos. Em Nova York, Dow Jones, S&P 500 e Nasdaq subiram, respectivamente, 1,88%, 1,96% e 2,05%. A recuperação, no entanto, freou com os futuros operando em queda nesta manhã, a 0,64%, 0,73% e 0,92% negativos às 7h.

Enquanto isso, analistas de criptomoedas seguem procurando sinais de descolamento dos ativos digitais dos mercados tradicionais.

“Há algumas coisas que não sabemos”, disse a cofundadora e CEO da Defiance ETFs, Sylvia Jablonski, ao CoinDesk. “Pensamos que as criptomoedas seriam esse grande hedge contra a inflação. Seria o novo ouro e isso não funcionou. Acontece que as criptomoedas estavam altamente correlacionadas com ações, particularmente com ações de alto crescimento, da Nasdaq”.

Para Jablonski, os preços atuais das criptos podem oferecer uma oportunidade de compra, desde que o foco do investidor esteja no longo prazo. “Definitivamente, estou sentindo os ventos contrários na minha cara toda vez que leio as notícias diariamente, mas… as criptomoedas estão sobrevendidas desde agosto”, disse.

“Não é uma oportunidade de compra se você estiver procurando retornos nos próximos dois meses. Mas, se você tiver um período de espera de 12, 18 meses, estou mais do que satisfeita em comprar nesse ponto. Ficarei muito feliz em alguns anos, mas muito triste se ficar olhando para os preços todos os dias até lá”.

Assista: “Para quem tem que pagar energia, acabou”. A situação delicada dos mineradores após o Merge do Ethereum

O preço das criptos não agrada quem ainda está comprado e deixa de lado investidores com receio do risco, mas especialistas apontam que há pontos promissores se os ativos digitais forem olhados como projetos de mais longo prazo.

Um exemplo é o Ethereum, que, após passar por atualização há duas semanas, vem mostrando pela primeira vez um nível de inflação menor do que o do Bitcoin. Nos dias seguintes à Fusão, a taxa de emissão líquida anualizada da criptomoeda nativa do Ethereum, o ETH, caiu para uma faixa de 0% a 0,7%, estima Lucas Outumuro, chefe de pesquisa da empresa de análise e dados de criptomoedas IntoTheBlock. Antes da Fusão, a taxa era de cerca de 3,5%.

O Ethereum não tem um limite de emissão de novos ETH, ao contrário do Bitcoin, cuja rede gerará, no máximo, 21 milhões de unidades, de acordo com regras pré-programadas em seu código. Segundo dados recentes, no entanto, a taxa de inflação anual do Ethereum está caindo pouco a pouco e já cai para um nível menor do que a do Bitcoin, que é atualmente de cerca de 1,75%, de acordo com o site Woobull.com.

Na prática, isso significa que a atividade na rede começa a ter um impacto mais visível na quantidade de ETH disponível no mercado, em tese favorecendo o preço do ativo se a rede for mais usada no longo prazo.

Confira o desempenho das principais criptomoedas às 7h:

As criptomoedas com as maiores altas nas últimas 24 horas:

As criptomoedas com as maiores quedas nas últimas 24 horas:

Confira como fecharam os ETFs de criptomoedas no último pregão:

Veja as principais notícias do mercado cripto desta quinta-feira (29):

Terraform Labs acusa promotores coreanos de abuso de autoridade

A Terraform Labs, criptomoeda Terra (LUNA), disse que os promotores sul-coreanos abusaram de autoridade ao pedir um mandado de prisão para o CEO Do Kwon, afirmou o Wall Street Journal citando um comunicado da empresa.

Um porta-voz da Terraform afirmou que sua criptomoeda Luna não era um valor mobiliário, o que significa que não estava coberto pela lei de mercado de capitais da Coreia do Sul.

“Acreditamos que este caso se tornou altamente politizado e que as ações dos promotores coreanos demonstram injustiça e falha em defender os direitos básicos garantidos pela lei coreana”, disse o porta-voz.

Circle e TBD, de Jack Dorsey, querem globalizar poupança em USDC

A TBD, empresa de Bitcoin do cofundador do Twitter Jack Dorsey, está se unindo à Circle Internet Finance, emissora da stablecoin USD Coin (USDC) para oferecer transferências internacionais e poupança em cripto dólar para investidores em todo o mundo.

As empresas revelaram sua parceria na quarta-feira durante a conferência Converge22 da Circle, em São Francisco nos Estados Unidos.

“O dólar americano é a moeda de reserva hoje, e achamos que o Bitcoin pode ser a moeda de reserva de amanhã. Stablecoins são a ponte entre os dois”, disse Emily Chiu, diretora de operações da TBD, ao CoinDesk.

Subsidiária da Block, empresa de pagamentos dirigida por Dorsey e dona do Cash App, a TBD é uma plataforma de desenvolvimento de código aberto que vem trabalhando em uma corretora cripto descentralizada chamada TBDex.

Bitcoin poderia dobrar de preço se mercado fosse regulado, diz presidente da CFTC

O presidente da Comissão de Negociação de Futuros de Commodities (CFTC, na sigla em inglês), Rostin Behnam, disse na quarta-feira (28) que a regulamentação da agência pode trazer benefícios significativos para a indústria de criptomoedas, incluindo um potencial aumento no preço do Bitcoin (BTC).

“O crescimento pode ocorrer se tivermos um espaço bem regulamentado”, disse Behnam durante um bate-papo na escola de direito da Universidade de Nova York. “O Bitcoin pode dobrar de preço se houver um mercado regulamentado pela CFTC.”

Behnam defendeu a necessidade de fornecer aos participantes do mercado uma clareza regulatória – algo que muitos na indústria de criptomoedas argumentam que está faltando.