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SÃO PAULO – Os fundos imobiliários são, desde a segunda metade do ano passado, uma das aplicações mais procuradas pelos investidores de perfil mais conservador, que buscam diversificar a forma com que aplicam seu dinheiro.
Até então esta opção de investimento estava restrita aos investidores que tinham quantias mais elevadas para investir, mas desde o lançamento do fundo da Caixa Econômica Federal, cuja aplicação mínima era de apenas R$ 1 mil, o mercado se abriu também aos pequenos investidores.
Falta de liquidez é maior entrave
O grande problema dos fundos imobiliários é a dificuldade de se negociar as cotas, pois não existe um mercado secundário formal, o que acaba prejudicando a liquidez do investimento, e forçando, dependendo do fundo o investidor a vender suas cotas com deságio.
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Buscando aumentar a liquidez dos fundos imobiliários, a Bovespa estaria estudando a possibilidade de criar um espaço dedicado para a negociação de cotas de fundos imobiliários. A escolha teria recaído sobre o Soma (Sociedade Operadora do Mercado de Ativos, onde serão negociadas as cotas do fundo da Caixa, lançado em novembro do ano passado.
Com um patrimônio de cerca R$ 2 bilhões, os fundos imobiliários só não atraíram um número maior de investidores exatamente pelas dificuldades de negociação e pela falta de transparência do mercado. Afinal, para o mesmo perfil de risco, e rentabilidade semelhante, o investidor conservador pode optar pelos fundos DI e de renda fixa, que possuem uma liquidez muito maior.
Volume de cerca R$ 200 milhões
De acordo com informações do diretor do Soma responsável pelo projeto, Romeu Pasquantonio, a intenção é contar com pelo menos dez fundos negociados no Soma até o final deste ano.
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Até o momento já existem planos para o lançamento de dois novos fundos neste mercado, o Torre Norte (que investe em um edifício na região comercial nobre de São Paulo) e o Almirante Barroso (fundo da Caixa que investe no edifício sede da instituição no Rio de Janeiro). No caso do Torre Norte, as cotas que serão negociadas pertencem à carteira do fundo de pensão da Caixa, o Funcef, que pretende colocar no Soma as cotas que possui no Torre Norte por um valor de R$ 60 milhões.
O setor está bastante otimista com a idéia de usar o Soma para negociação de cotas dos fundos imobiliários, e alguns especialistas acreditam que o volume do mercado deve, em um primeiro momento, ser equivalente a 10% do patrimônio da indústria, o que equivale a R$ 200 milhões.
Duas das maiores instituições atuantes no mercado já anunciaram que devem apoiar a iniciativa. Dentre elas destaque para a Mercúrio DTVM, que pretende registrar pelo menos quatro dos seus 19 fundos no Soma, um dos mais conhecidos seria o fundo que investe no Shopping Pátio Higienópolis, de São Paulo.
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Mais transparência
Além da maior liquidez, o mercado deve se beneficiar com o fato de que, com a criação de um mercado secundário, o investimento em fundos imobiliários também deve se tornar mais transparente. Não somente será exigida a publicação de balanços dos fundos a cada seis meses, como também as cotas podem ser acompanhadas diariamente através dos jornais. Além disto, os investidores interessados em comprar cota dos fundos poderão faze-lo pela internet, através do SomaBroker.
Pasquantonio também pretende que sejam organizadas reuniões na Abamec sobre o setor, de forma semelhante ao que acontece com as empresas cotadas na Bovespa. As reuniões serviriam para aumentar o conhecimento sobre o mercado e, sobretudo, o interesse dos investidores neste tipo de aplicação.
Uma das mudanças que estariam sendo estudadas com relação aos negócios de cotas de fundos imobiliários é o cruzamento das ordens de compra e venda somente no final do dia. Esta mudança impediria que uma oferta de compra acabe caindo no vazio por falta de uma oferta de venda no mesmo momento.
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Esta seria a solução encontrada para contornar o problema da falta de liquidez do mercado. Comprada no final do ano passado pela Bovespa, a Soma também planeja em breve trazer ao mercado empresas emergentes que tenham boa governança corporativa e que já façam parte das carteiras de investimento de fundos de private equity.
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