Credit Suisse eleva Brasil para “overweight” e destaca valorização do real como chave

Com valorização do real, economistas apostam em inflação mais branda e melhora na situação fiscal do país

Equipe InfoMoney

Notas de Real (Marcelo Casal Jr / Agencia Brasil)
Notas de Real (Marcelo Casal Jr / Agencia Brasil)

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Com o aumento de fluxo de capital estrangeiro para nações emergentes nos últimos meses, o Credit Suisse elevou a exposição para esse bloco de nações, com foco em China e México e elevando o Brasil para overweight (ou exposição acima da média) dentro da estratégia global da casa.

Por outro lado, o banco diminuiu exposição, ainda que siga overweight, para países da Europa. Os estrategistas seguem com exposição acima também em Reino Unido e em Japão, enquanto estão underweight (exposição abaixo da média) para as ações dos EUA.

“A chave para do Brasil para uma performance acima da média é o real. 80% das vezes em que a moeda se aprecia, o Brasil tem um desempenho acima da média”, escreveu Andrew Garthwaite, estrategista-chefe global do Credit Suisse. Desde novembro do ano passado, o real teve performance 9,4% acima do índice DXY, apontam os cálculos do Credit. Em fevereiro, o dólar chegou a ficar ligeiramente abaixo de R$ 5, ainda que tenha registrado sessões de alta em meio ao desenrolar da crise entre Rússia e ucrãnia.

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Garthwaite afirma que o Brasil costuma entrar em um ciclo virtuoso quando o real se aprecia, pois a a moeda tem um papel relevante no arrefecimento da inflação e dos juros. “Juros mais baixos suportados por um real mais forte melhoram a posição fiscal do país”, destaca o relatório.

Para o banco, isso é fundamental, em um contexto no qual a dívida líquida brasileira se tornou a maior dentre os emergentes, chegando a 91% do PIB em 2021.

O Credit Suisse acredita que as transações correntes do Brasil tendem a melhorar com um aumento nos preços das commodities, o que beneficiaria as exportações brasileiras. “O Brasil também está vendo uma aceleração na produção de petróleo do pré-sal, que deve ter menor pegada de carbono, comparando com a maior parte da produção global”, diz o relatório.

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Os economistas do banco preveem uma queda de 0,5% no PIB brasileiro em 2022 e ressalta que os índices PMI da indústria estão no piso de seu intervalo e bastante depreciados em relação aos índices globais.

Na seara política, o Credit afirma que um potencial governo do ex-presidente Lula não deve alterar um maior compromisso com a responsabilidade fiscal.

“Lula disse recentemente que Geraldo Alckmin, ex-governador de São Paulo e visto como centrista, é um potencial vice. Isso poderia sinalizar que o governo Lula tende a manter responsabilidade fiscal. Nossa economista no Brasil, Solange Srour, acredita que Lula teria uma postura pragmática em relação a uma reforma fiscal”, diz o relatório de Garthwaite.

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O Credit Suisse também afirma que o mercado de equity no Brasil está “muito barato”.

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