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Em relatório a clientes, o Credit Suisse destacou prever uma “divergência anormal” no desempenho operacional e rentabilidade entre os quatro grandes bancos em 2023.
Por um lado, Banco do Brasil (BBAS3) e Itaú Unibanco (ITUB4) devem ter rentabilidades sobre patrimônio líquido (ROEs, na sigla em inglês) em torno de 19% e 20%, beneficiados por o ambiente de taxas de juros mais altas e qualidade de ativos superior.
Do outro lado, Bradesco (BBDC4) e Santander Brasil (SANB11) devem ter rentabilidade na faixa dos 10%, com ROE recorrente no 4T22 estimado em 10%, impactados pelo pior desempenho da qualidade dos ativos no varejo e corporativo e margem de mercado ainda negativa devido a perdas de desempenho na Asset Liability Management (ALM).
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Banco do Brasil (BBAS3)
O Credit Suisse reitera classificação outperform (desempenho acima da média do mercado, equivalente à compra) para Banco do Brasil, com preço-alvo de R$ 50,00, o que representa potencial de valorização de 25% frente a cotação de fechamento de sexta-feira (20) de R$ 40,07.
Analistas projetam receita de R$ 33,4 bilhões para o BB em 2023, implicando em um sólido ROE de 20,9%. “Apesar das maiores provisões relacionadas à Americanas, o BB deve se beneficiar do forte desempenho da margem financeira (NII), com taxas de juros mais altas impulsionando a margem dos depósitos, bom desempenho da BB Seguridade (BBSE3) e da Cielo (CIEL3)”, comentam analistas.
Eles também veem com bons olhos o discurso inicial da CEO recém-empossada, Tarciana Medeiros, destacando que é possível o Banco do Brasil cumprir sua responsabilidade social com o compromisso de gerar valor para os acionistas minoritários. “Com P/L (Preço sobre o Lucro) de 3,4 vezes e P/VPA (Preço sobre o Valor Patrimonial por Ação) de 0,65 vez, o banco está excessivamente descontado, fornecendo uma proteção de avaliação em uma desaceleração do mercado”, avalia Credit Suisse.
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Itaú Unibanco (ITUB4)
O Credit Suisse também tem visão otimista com Itaú Unibanco e reitera recomendação equivalente à compra para ações do banco, mas reduziu o preço-alvo de R$ 36 para R$ 32, o que oferece um potencial de retorno atrativo de 23% frente ao fechamento da véspera.
A equipe de research do banco suíço prevê lucro líquido de 5 bilhões em 2023, implicando em crescimento de 10% em relação a 2022 e ROE de 20,7%.
Para analistas, o Itaú deve continuar superando os pares do setor privado em qualidade de ativos e margem financeira em 2023. O Itaú Unibanco está sendo negociado a 7,4x vezes o P/L e 1,33 vez o P/VPA.
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Santander (SANB11)
O Credit Suisse rebaixou o Santander Brasil de neutro para underperform (desempenho abaixo da média do mercado, equivalente à venda) e cortou preço-alvo de R$ 35 para R$ 31, o que representa um potencial de valorização tímido de 6%, devido a uma perspectiva operacional mais desafiadora e avaliação pouco atraente.
O banco suíço cortou a previsão de lucro líquido em 33% para 2023, atingindo R$ 12,3 bilhões, principalmente devido à menor margem de lucro do mercado e maiores provisões, levando a uma queda de 8% em relação ao ano de 2022 e a um ROE abaixo do potencial de 14,5%.
Nesse contexto, analistas acredita que os resultados do Santander Brasil no 4T22 devem ser fracos, com ROE atingindo 11% devido a maiores provisões e margem financeira estável. Por fim, eles comentam que o Santander está negociando a P/L de 9 vezes e 1,23 vez P/VPA, “o que não é consistente com o cenário de baixa rentabilidade”.
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Bradesco (BBDC4)
Para o Bradesco, a projeção de lucro líquido foi reduzida em 12% para 2023, totalizando R$ 23,0 bilhões, principalmente devido a uma menor margem de lucro do mercado e maiores provisões, levando a um lucro por ação estável em relação a 2022 e a um ROE abaixo do potencial de 14,0%. Assim como o Santander, analistas projetam resultados fracos para o Bradesco no 4T22, com ROE% de 10%.
O Credit Suisse mantém avaliação equivalente à venda (underperform) e reduziu o preço-alvo de R$ 19 para R$ 16, implicando em um upside limitado de 9%. O Bradesco está negociando a P/L de 6,4 vezes e 0,85 vez P/VPA. Na opinião do banco, o ROE mais baixo por mais tempo (e abaixo do custo de capital) enfraquece o argumento mais positivo, uma vez que 1,0 vez P/VPA deve ser um piso para a ação do banco, avalia.
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