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SÃO PAULO – Em linha com as expectativas da maior parte do mercado, o Copom (Comitê de Política Monetária do Banco Central) reduziu o ritmo de afrouxamento monetário e cortou a taxa Selic em 0,25 ponto percentual na noite desta quarta-feira (5), para 11,25% ao ano, por unanimidade. Esta foi a décima oitava redução consecutiva do juro, totalizando um recuo de 8,50 pontos percentuais.
Ainda que a maioria do mercado apostasse no corte menos expressivo da taxa, interrompendo a seqüência de cortes de 50 pontos-base apresentada nas duas últimas reuniões do comitê, alguns analistas acreditavam que a autoridade monetária, a despeito da piora do cenário externo e das pressões inflacionárias na esfera doméstica, não alteraria o ritmo de corte da Selic.
Mudança de cenário pede conservadorismo
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Desde a última reunião do Copom, ocorrida nos dias 17 de 18 de julho deste ano, mudanças significativas ocorreram tanto na esfera internacional quanto na doméstica.
A crise nos mercados de crédito trouxe uma deterioração do ambiente financeiro externo, acarretando também em volatilidade e apreciação do dólar frente ao real. Tal cenário pôs em xeque o argumento do Banco Central de que a contribuição do setor externo à conduta da política monetária brasileira poderia ser maior do que o inicialmente esperado.
Contudo, analistas destacam que o recente comportamento dos índices de preços domésticos se mostra mais relevante do que a crise nos mercados globais na decisão da autoridade monetária brasileira.
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Segundo a consultoria LCA, até meados de julho os índices de inflação corrente vinham surpreendendo favoravelmente. Nas últimas semanas, no entanto, os indicadores de preços mostraram resultados mais salgados do que esperava o mercado – intensificando a persistente trajetória de elevação da média das projeções do mercado para as altas do IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo) em 2007 e 2008.
Balanço de riscos
Junto à piora do balanço de riscos da inflação desde o último encontro do Copom, a ABN Amro Corretora vê evidências adicionais de descompasso entre o produto potencial e o produto corrente.
Como agravante, a corretora vê que tal diagnóstico se materializou em um ambiente que
não incorporou todo o impulso monetário provocado pelas recentes quedas da
taxa básica de juro.
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