Copasa (CSMG3): com Ebitda abaixo do esperado, ação fecha em queda de 8,45% após balanço

Diferença entre expectativa e dado efetivo deveu-se principalmente a despesas e volumes gerenciáveis ​​piores do que o esperado

Lara Rizério

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Entre os resultados do segundo trimestre de 2023 (2T23) divulgados na noite da véspera, os da Copasa (CSMG3) foram o que registraram a maior repercussão negativa na Bolsa brasileira. As ações caíram 8,45%, a R$ 18,53, chegando a uma mínima de R$ 18,30, ou queda de 9,58% na sessão.

A estatal mineira de saneamento reportou lucro líquido de R$ 249,3 milhões no trimestre, montante 38,2% superior ao reportado no mesmo intervalo de 2022.

Mas os olhos ficaram voltados para o lucro antes juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda, na sigla em inglês) ajustado, que totalizou R$ 647,8 milhões no 2T23, um crescimento de 31,6% em relação ao 2T22. Apesar da alta na base anual, o número ficou abaixo das expectativas do mercado.

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O Morgan Stanley destacou que o número ficou 7% abaixo de sua estimativa de R$ 701 milhões, enquanto ficou 8% abaixo da média do consenso da Bloomberg. “A diferença deveu-se principalmente a despesas e volumes gerenciáveis ​​piores do que o esperado”, aponta.

O Ebitda ficou 5,9% abaixo da projeção da XP, atribuindo o número ao volume faturado, 1,7% abaixo da sua estimativa, e aos custos gerenciáveis, que foram 4% mais altos do que o esperava.

“Apesar dos resultados terem ficado ligeiramente abaixo das nossas expectativas, houve um desempenho forte na comparação anual, com o volume faturado aumentando 3,0% na base anual para água e 2,8% ano a ano para esgoto, além da tarifa média aumentar 15,7% na mesma base”, reforça a casa.

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Para o Credit Suisse, os volumes ficaram acima do esperado (+2,9% na base anual), mas foram ofuscados, além de maiores despesas, por tarifas médias ligeiramente piores.

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“Os resultados em base anual foram beneficiados pelo aumento de volumes, reajuste tarifário (+15,7% ate 1º de janeiro) e melhor perfil de consumo (menos participação de residencial), embora parcialmente compensados por maiores custos gerais. No entanto, a provisão para o custo do programa de desligamento de R$ 115 milhões também acabou prejudicando os números”, avalia o banco suíço.

Quanto aos resultados financeiros, eles vieram melhores do que o esperado e foi reportada menor alíquota efetiva de imposto, refletindo a valorização do câmbio e o beneficio fiscal do JCP.

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Já a dívida líquida aumentou 7,3% no trimestre e a alavancagem subiu de 1,4 vez a relação entre a dívida e o Ebitda para 1,5 vez.

A equipe do banco suíço apontou que os resultados não seriam um catalisador dado que os investidores devem focar nas possíveis perspectivas de privatização. O Credit tem recomendação outperform (desempenho acima da média do mercado, equivalente à compra) para as ações, ainda que com preço-alvo de R$ 18,10, 10,6% abaixo do fechamento da véspera.

O Morgan Stanley tem recomendação equalweight (exposição em linha com a média do mercado) para a ação, com preço-alvo de R$ 19 (queda de 6%); já a XP segue vendo um risco-retorno pouco atrativo e mantém recomendação de venda, com preço-alvo de R$ 17 por ação (queda de 16%).

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Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.