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SÃO PAULO – Mantendo a trajetória ascendente, o consumo de energia durante o mês de julho apresentou uma evolução de 8,4% frente ao mesmo período do ano passado, informou a EPE (Empresa de Pesquisa Energética) nesta segunda-feira (23).
O volume verificado foi de 34.382 gigawatts por hora, ficando 0,5% abaixo do número apresentado em junho. A fraca base de comparação anual, por conta da crise financeira ocorrida em 2008, ajudou a inflar o resultado, apontou Rafael Quintanilha, analista da Brascan, em sua leitura dos resultados mensais.
Destaques
O destaque do período, mais uma vez, ficou com o segmento industrial. Com uma curva crescente em relação à 2009, o setor vem se destacando ao longo do ano, em função, principalmente, dos efeitos da crise financeira, avalia Quintanilha. “Pelo quinto mês consecutivo, o volume de energia ficou acima dos 15.000 GWh, alcançando 15.915 GWh, uma expansão de 13,7% sobre o ano passado, e um crescimento de 1,6% em relação ao mês antrior”, ressaltou o analista.
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A EPE apontou a região sudeste como a grande responsável pelo desempenho, respondendo por 57% do total. A retomada da produção dos setores extrativo-mineral e siderúrgico são os dois fatos que ajudaram na elevação do consumo.
Por sua vez, no segmento residential, o crescimento foi de 4,2% na comparação anual, com destaque para as regiões norte e nordeste, beneficiadas pelo aumento da renda, além dos programas sociais do Governo Federal, indica Quintanilha. Na comparação mensal, contudo, o segmento mostrou queda de 2,5%.
Já o setor comercial registrou aumento de 4,5% no consumo de energia frente ao mesmo período do ano passado. “Ressaltamos as condições favoráveis de crédito e massa salarial influenciando as vendas no ramo varejista, com o destaque para as regiões norte e nordeste”, informa o analista da Brascan.
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Gargalos
Apesar das expressivas taxas de crescimento do consumo de energia apresentadas até o momento em 2010, ainda não existe risco de desabastecimento, assegurou o presidente da EPE, Maurício Tolmasquim.
“Nós estamos com excedente grande de energia elétrica. Com as obras contratadas até 2014, temos um excedente de 5 mil megawatts médios, que permite ao Brasil crescer 7% ao ano. A situação está totalmente sob controle e não há nenhum risco de desabastecimento. A energia elétrica não é um gargalo para o Brasil, que pode crescer a altas taxas, sem risco de faltar energia”, afirmou Tolmasquim à Agência Brasil.
Ele destacou os grandes empreendimentos hidrelétricos da região Amazônica como garantia de abastecimento no futuro. “Essas hidrelétricas estão tendo as obras antecipadas. O início da operação comercial de Santo Antônio será em dezembro de 2011 e Jirau vai ser antecipada em um ano. A tendência é de que Belo Monte adiante também e antecipe a geração”, completou.
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Recomendação
Em vista do desempenho apresentado até o momento e sabendo que o segundo semestre é, sazonalmente, o mais forte em termos de demanda e consumo de energia, o analista da Brascan se mostrou otimista com as perspectivas do setor.
“Preferimos direcionar nossas recomendações de investimentos para as ações das empresas com grande exposição ao segmento industrial, como CPFL Energia (CPFE3), Copel (CPLE6), Cemig (CMIG4) e Energias do Brasil (ENBR3)”, disse, por fim, Rafael Quintanilha.
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