Conheça 10 razões para se investir, ou não, no setor de telecomunicações

Índice que mede as negociações das empresas na BM&F Bovespa, o Itel, já subiu 13,43% no ano; analistas recomendam a compra

Renato Rostás

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SÃO PAULO – Com uma das maiores altas entre os setores representados na BM&F Bovespa, o de telecomunicações permanece com boas perspectivas daqui para frente. Se o cenário externo é de incerteza e possível retomada da crise, a forte concentração no âmbito doméstico dá fôlego para as empresas do ramo.

Durante 2011, até 5 de setembro, o Itel, que mede as negociações com papéis do tipo na bolsa brasileira, apresentou alta de 13,43%. No mesmo período, o Ibovespa recuou 20,64%. Excetuando-se os ativos do Grupo Oi (TNLP3, TNLP4, TMAR5, BRTO4), as companhias avançaram bem nos pregões deste ano, com destaque para a TIM (TIMP3), que adentrou o Novo Mercado.

Apesar de riscos relacionados à regulação – no que diz respeito, principalmente, à concorrência estrangeira – e a uma perda de fôlego depois das fortes valorizações, em geral a recomendação dos analistas é para que se invista no setor. Diante deste cenário, confira 10 motivos para se aplicar, ou não, em ações de teles:

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1 – Investir: setor tem geração de caixa garantida
Como os negócios com telecomunicações se referem a um serviço de utilidade pública, geralmente estável ou em crescimento, já que é necessário a todos, a geração de caixa do setor é quase garantida.

Historicamente, estes papéis são vistos como defensivos em tempos de aversão ao risco, como é o caso atualmente. Os investidores com um perfil mais conservador devem se manter em suas posições acionárias, ao menos enquanto a incerteza pairar sobre os mercados.

2 – Investir: pagamento de dividendos
Além do fato de se concentrarem no mercado doméstico e terem receitas relativamente previsíveis, as teles também pagam bons dividendos. Para Eduardo Jurcevic, superintendente executivo da Santander Corretora, a mais atraente nesse sentido é a Telesp (TLPP4). “A empresa deve entregar um yield de 7,5% neste ano”, diz, referindo-se à rentabilidade do dividendo em relação ao preço dos ativos.

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3 – Não investir: ações já subiram bastante
Como o preço dos papéis já subiu bastante durante este ano, sem contar o Grupo Oi, pode ser que mais à frente haja uma realização de lucros que traga o desempenho para o campo negativo. Rosângela Ribeiro, da SLW, explica que, portanto, o investimento é mais apropriado para quem pensa a médio e longo prazos.

4 – Investir: novos segmentos
Pensando também em aplicações para render mais à frente, Rafael Andreatta, analista da Planner, vê o setor de telecomunicações expandindo sua atuação. Segundo ele, o segmento de pagamentos eletrônicos, hoje disputado entre Cielo (CIEL3) e Redecard (RDCD3), é uma possibilidade, principalmente em relação à área de dados da telefonia móvel.

Uma das possibilidades, no caso, seria aproveitar o conhecimento prévio do setor já adquirido pelas duas empresas e o fornecimento da tecnologia por parte das teles. Nesse cenário, as duas partes poderiam se beneficiar, em vez de acirrarem a competição pelo mercado.

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5 – Investir: investimentos aumentam concorrência
Já se protegendo do desaquecimento econômico e dos problemas de financiamento em geral, as companhias começaram a investir em melhorias operacionais para cortas despesas. Rosângela, da SLW, vê o aumento nas margens com bons olhos, já que estimula a concorrência e os benefícios organizacionais. Com esse enxugamento, os fundamentos devem aparecer mais elevados, influenciando os papéis.

6 – Não investir: regulação do setor
Os analistas veem com cautela a regulação da Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações) ao setor. Principalmente no que diz respeito à presença de empresas estrangeiras e à abertura para o oferecimento de TV a cabo. O mexicano Carlos Slim, homem mais rico do mundo e controlador da Claro, da Net e da Embratel, já anunciou investimentos de R$ 10 bilhões no País até o fim do ano que vem.

Além disso, mudanças na questão de como as tarifas de telefonia são reajustadas também podem influenciar as ações das companhias, já que as receitas podem ser afetadas, como explica Andreatta, da Planner.

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7 – Investir: melhora no risco societário
Apesar de o mercado ver com maus olhos o trato da Oi aos acionistas minoritários em relação à troca dos papéis entre Brasil Telecom, Telemar e Tele Norte Leste, a reestruturação societária deve ser benéfica. “Juntar esses ativos vai aumentar as sinergias e reduzir os riscos para o setor, além de ser positivo para a distribuição de dividendos”, analisa Rosângela, da SLW.

8 – Investir: consumo doméstico deve seguir em alta
As corretoras ouvidas pela InfoMoney também acreditam que, com o consumo não apresentando desaquecimento muito forte, todos os setores domésticos devem ganhar na bolsa. Em médio e em longo prazos, as companhias de telecomunicações ainda devem esperar, principalmente no segmento móvel, um aumento na demanda.

9 – Não investir: volatilidade no curto prazo
Se em projeções mais longas, a perspectiva para as teles é positiva, os analistas não recomendam que se invista no setor no curto prazo. A volatilidade que o Ibovespa apresenta nos últimos meses, refletindo as preocupações com o mercado global, também pode castigar as ações de telecomunicações. “Investidores que buscam o trade curto não devem procurar esse setor”, diz o superintendente da Santander Corretora.

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10 – Investir: Telefônica tem boas perspectivas
A Telesp, que controla a Telefônica, ainda vai sentir os efeitos positivos da fusão com a Vivo. Além da troca de papéis ter sido positiva, na visão dos analistas, as sinergias com a maior operadora de celulares do Brasil em participação de mercado vão aparecer durante o ano, até o segundo semestre.

“Há grande capacidade para investimentos, visando a outros estados”, afirma Andreatta. O especialista da Planner e Jurcevic, do Santander, indicam as ações da empresa como as mais recomendadas do setor.

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