Como a Mills conseguiu alongar a dívida e fazer caixa de R$ 170 milhões na pandemia, e não descarta aquisições

CEO e CFO da companhia participaram de live do InfoMoney e falaram sobre alongamento de dívidas e o desafio de penetrar as plataformas aéreas no mercado

Anderson Figo

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SÃO PAULO — A pandemia de coronavírus atrasou o andamento de obras e impactou negativamente a empresa de engenharia Mills (MILS3) no começo de 2020, mas a companhia observou uma retomada na segunda metade do ano passado — e conseguiu encerrar o período com um caixa de R$ 170 milhões. Ela não descarta usar parte desse dinheiro em aquisições.

Segundo o CEO do grupo, Sergio Kariya, a estratégia da Mills foi cortar custos, renegociar contratos com clientes, fazer duas emissões de debêntures e alongar dívidas. Com isso, a empresa terminou 2020 com um lucro líquido de R$ 7,6 milhões no quarto trimestre de 2020, revertendo prejuízo de 2,7 milhões registrados um ano antes. Já a receita líquida subiu 7%, para R$ 148,2 milhões.

“A gente vem buscando a redução da ciclicidade. Hoje, 70% das receitas de locação da Mills são oriundas do setor de não-construção. A gente trabalha dentro de indústrias, dentro de serviços, comércios, o que gera um comportamento melhor das nossas receitas, especialmente diante de crises”, afirmou Kariya.

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“O que a gente está buscando é a consolidação neste setor para criar mais escalas, para criar mais sinergias. (…) Tem um desafio muito grande no Brasil e implementar esse conceito de plataformas aéreas. É um produto substituto que vem crescendo no mundo inteiro”, completou.

A entrevista faz parte do projeto Por Dentro dos Resultados, no qual CEOs e outros executivos importantes de empresas da Bolsa comentam os balanços do quarto trimestre de 2020 e o desempenho anual das companhias, e falam também sobre perspectivas. Para não perder as próximas lives, que acontecem até o início de abril, se inscreva no canal do InfoMoney no YouTube.

James Guerreiro, CFO da companhia, enfatizou que a empresa teve também que reduzir investimentos no ano passado para preservar a liquidez diante da pandemia de coronavírus, mas ainda assim conseguiu continuar gerando caixa operacional.

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“Fechamos 2020 com praticamente R$ 150 milhões de Ebitda, sendo R$ 50 milhões no quarto trimestre. O maior impacto da pandemia foi no segundo trimestre, e iniciamos uma recuperação já no terceiro trimestre. Em todo o período, não só nessa crise de agora, mas na anterior também, em 2014, a companhia permaneceu geradora de caixa operacional”, disse.

Os executivos falaram ainda sobre a abertura de seis a oito filiais neste ano, as quais já estão mapeadas, além da política de pagamento de dividendos, do impacto do aumento da Selic sobre as operações, além do reflexo do aumento dos combustíveis e da lei de saneamento e gás. Kariya e Guerreiro comentaram também sobre os projetos de expansão, sobre aumento de frota e o potencial de expansão do market share de 28% após a fusão com a Solaris.

“O principal desafio da indústria de uma maneira geral é penetrar o mercado. No Brasil a gente tem cerca de 30.000 equipamentos, e lá nos EUA tem 450.000 equipamentos. Quanto a gente olha o ratio população/máquina, o Brasil tem uma proporção 11 vezes menor. Tem um trabalho bastante grande de quebrar paradigmas do mercado, de crescer este conceito, penetrar mais e fazer com que o bolo cresça”, disse Kariya. Assista à live completa acima.

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Anderson Figo

Editor de Minhas Finanças do InfoMoney, cobre temas como consumo, tecnologia, negócios e investimentos.