Com expansão do Gasbol cancelada, Petrobras busca alternativas nacionais

SÃO PAULO – A TBG, empresa controlada pela Petrobras e responsável pelo transporte do gás importado boliviano, pediu à ANP (Agência Nacional do Petróleo) que seja cancelada a licitação para expansão do Gasoduto Bolívia-Brasil.

Com base no forte aumento do consumo nacional de gás natural, um projeto previa que a capacidade do duto passasse dos atuais 30 milhões de metros cúbicos ao dia para um máximo de 45 milhões de metros cúbicos ao dia.

Das cinco empresas inscritas para promover a expansão do Gasbol, Petrobras, Repsol YPF e Total solicitaram o cancelamento de suas propostas. BG e Pan American propuseram uma suspensão até segunda ordem.

Fugindo do risco Bolívia

O cancelamento da licitação vem em linha com últimas decisões visando uma menor exposição às incertezas dadas pelo gás boliviano, após a nacionalização dos hidrocarbonetos no país.

O presidente da Petrobras José Sérgio Gabrielli já havia afirmado que investimentos relacionados ao suprimento de GN advindo da Bolívia, tal como a expansão do Gasbol, seriam vetados.

Alternativas

A expansão do Gasoduto Bolívia-Brasil pode ter sido cancelada, mas os motivos por trás do projeto continuam válidos. Por isso a Petrobras busca alternativas domésticas que satisfaçam, ao menos em parte, o crescimento da demanda por GN.

O primeiro plano, mais imediato, prevê que a Petrobras reduza o consumo de gás de suas refinarias em 3 milhões de metros cúbicos diários até 2008. O GN poderia ser substituído pelo óleo combustível nessas aplicações.

O segundo plano, a médio e longo prazo, implica o desenvolvimento de campos descobertos recentemente na Bacia de Espírito Santo e em Campos e conexões – via gasodutos ou transporte de GNL (Gás Natural Liquefeito) – com os mercados consumidores.