Com alta das ações de Petro e Vale, Ibovespa destoa de bolsas externas e sobe 0,9%

Mercado repercute indicadores e noticiário corporativo; índice renova sua maior pontuação desde 26 de abril

Anderson Figo

Publicidade

SÃO PAULO – Destoando das principais bolsas externas, o Ibovespa encerrou o pregão desta segunda-feira (27) em alta de 0,91%, a 68.815 pontos. Em um dia marcado pela estreia dos novos papéis da Petrobras na bolsa brasileira, os invesitidores repercutiram também indicadores econômicos domésticos e o movimentado noticiário corporativo.

Com esta performance positiva, o Ibovespa atingiu seu maior patamar desde 26 de abril deste ano, quando o índice fechara em 68.871 pontos.

Influenciado pela variação positiva das ações mais líquidas que compõem o benchmark, as da Vale e da Petrobras, o volume financeiro do Ibovespa fechou o dia em R$ 6,85 bilhões. Depois de ter apresentado volatilidade no início da sessão, o principal índice da bolsa paulista operou por boa parte do intraday no campo positivo, alcançando uma máxima de 68.926 pontos no meio da tarde (+1,07%).

Continua depois da publicidade

Destaques da bolsa
Puxando o clima positivo do Ibovespa, os novos papéis da Petrobras finalmente tiveram seu pregão de estreia na BM&F Bovespa, fechando em alta após terem oscilado bastante ao longo do dia. As ações preferenciais da estatal subiram 0,76% neste dia, enquanto os ativos ordinários se valorizaram em 2,02%.

Também na ponta compradora do índice, as ações da Vale refletiram o crescimento nos lucros das companhias chinesas, que impulsionaram as projeções para o PIB (Produto Interno Bruto) da China neste ano. Cabe lembrar que a China é o principal mercado comprador de minério da Vale.

Já os ativos da Gafisa lideraram os ganhos do Ibovespa deste dia, após reumores de que o empresário Eike Batista, dono do grupo EBX, estaria estudando uma restruturação na REX (Real State X), sua companhia no ramo imobiliário. O objetivo do executivo seria elevar a participação da empresa no mercado. As ações da Gafisa tiveram alta de 3,40%. As maiores altas, dentre as ações que compõem o Índice Bovespa, foram:

Continua depois da publicidade

 Cód. Ativo Cot R$ % Dia % Ano Vol1
 GFSA3 Gafisa ON 13,38 +3,40 -4,27 44,21M
 MRFG3 Marfrig ON 17,93 +3,05 -6,00 10,95M
 CCRO3 CCR Rodovias ON 43,15 +2,96 +13,32 26,93M
 TAMM4 TAM PN N2 38,67 +2,44 +6,93 15,33M
 AMBV4 AmBev PN 205,99 +2,43 +19,23 38,76M

Também tiveram um desempenho positivo as ações preferenciais de GOL e TAM, que registraram valorização de 2,03% e 2,44%, respectivamente. A alta dos papéis reflete a notícia de que a Anac (Agência Nacional de Aviação Civil) suspendeu a venda de bilhetes da companhia aérea Webjet nos voos programados até o dia 1º de outubro. O motivo é o aumento no número de cancelamentos de voos.

No campo negativo, as ações da JBS figuraram entre os principais destaques de baixa do Ibovespa em meio a polêmica sobre os desentendimentos entre o grupo italiano Cremonini e a companhia. Em nota à imprensa, o presidente do Conselho de Administração da Inalca JBS, Marco Bicchieri, anunciou nesta data a permanência dos três conselheiros brasileiros que haviam sido destituídos.

Nesta manhã, houve uma reunião de urgência do Conselho de Administração da empresa, na qual a JBS adquiriu uma participação de 50% em 2007. Na reunião, a JBS confirmou que irá manter a indicação dos três conselheiros brasileiros que, de acordo com o relato, foram ilegalmente destituídos pelo sócio Cremonini.

Continua depois da publicidade

Liderando a ponta vendedora do índice, porém, ficaram as ações da Redecard. As maiores baixas, dentre os papéis que compõem o Índice Bovespa, foram:

 Cód. Ativo Cot R$ % Dia % Ano Vol1
 RDCD3 Redecard ON 26,00 -2,80 -3,39 44,05M
 MRVE3 MRV ON 16,50 -1,90 +19,02 53,01M
 JBSS3 JBS ON 7,45 -1,72 -19,80 17,92M
 EMBR3 Embraer ON 11,85 -1,58 +26,45 19,50M
 TCSL3 TIM Part ON 7,50 -1,32 +4,90 1,98M

As ações mais negociadas, dentre as que compõem o Índice Bovespa, foram :

 Código Ativo Cot R$ Var % Vol1 Vol 30d1 Neg 
 PETR4 Petrobras PN 26,50 +0,76 1,53B 809,37M 38.409 
 VALE5 Vale PNA 45,60 +2,10 955,91M 671,26M 25.933 
 PETR3 Petrobras ON 30,25 +2,02 617,49M 192,85M 21.195 
 OGXP3 OGX Petróleo ON 20,35 +0,05 295,11M 310,20M 7.403 
 BVMF3 BMFBovespa ON 14,27 +0,56 190,28M 179,73M 15.097 

* – Lote de mil ações
1 – Em reais (K – Mil | M – Milhão | B – Bilhão)

Continua depois da publicidade

Agenda
No plano interno, a atenção ficou voltada ao Relatório Focus, do Banco Central. De acordo com o documento, a projeção do mercado para o crescimento do PIB (Produto Interno Bruto) aumentou 0,06 ponto percentual, para 7,53%, sua quarta alta consecutiva. O relatório também sinalizou avanço nas expectativas para o IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo) em 2010.

Outra notícia relevante foi a declaração dada pelo ministro da Fazenda, Guido Mantega, na Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo). Mantega afirmou que o crescimento da indústria deve ficar perto de 10% este ano, além de comentar que o “boom” do setor imobiliário tende a continuar e que o governo tem intenção de aperfeiçoar o mercado de recebíveis imobiliários.

Além disso, em setembro, o brasileiro gastou 0,20% a mais para construir, segundo informações do INCC-M (Índice Nacional de Custo da Construção) da FGV (Fundação Getulio Vargas). A variação é 0,02 ponto percentual menor do que a registrada em agosto, quando ficou em 0,22%.

Continua depois da publicidade

Outro dado relevante na agenda interna revelou que o consumo das famílias avançou 7,6% no acumulado deste ano, segundo o Indicador Serasa Experian de Atividade Econômica (PIB Mensal). Na comparação anual entre o mês de julho deste ano e do ano passado, houve alta de 5,8%. Frente ao mês imediatamente anterior, o consumo das famílias aumentou apenas 0,5%.

O mercado repercutiu ainda a notícia de que os empresários da construção civil estão mais otimistas, já que a expectativa deles sobre o nível de atividade para os próximos seis meses passou de 63,7 pontos em agosto para 65,3 pontos em setembro, de acordo com dados da pesquisa realizada pela CNI (Confederação Nacional da Indústria), CBIC (Câmara Brasileira da Indústria da Construção Civil), federações de indústria e os sindicatos da construção civil.

Dólar
Após operar predominantemente em alta durante a manhã e inverter essa trajetória durante a tarde, o dólar comercial manteve-se entre perdas e ganhos nos instantes finais de negociação, fechando esta segunda-feira com leve queda de 0,06%, sendo cotado na venda a R$ 1,71, se aproximando da sua mínima do ano, de R$ 1,708, alcançada no último dia 14.

Em meio à expectativa de que um forte fluxo de capital estrangeiro tenha entrado no País por conta da capitalização da Petrobras, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, disse que espera uma “calmaria” no mercado cambial durante os próximos dias. Contudo, caso a moeda brasileira continue se valorizando, novas medidas poderão ser adotadas pelo governo. “Estaremos levando em consideração os instrumentos que temos para agir”, disse Mantega.

O ministro ainda ressaltou que o governo não permitirá a sobrevalorização do real, fazendo coro às medidas adotadas recentemente, tais como a dupla rodada de leilões diários de compra de dólar pelo Banco Central e a permissão do Fundo Soberano para operar com moeda estrangeira.

E por falar nessas intervenções, o Banco Central realizou apenas uma compra de dólares no mercado cambial à vista nesta segunda-feira. A operação ocorreu entre as 15h55 e as 16h00 (horário de Brasília), com uma taxa de corte aceita em R$ 1,7094.

Renda Fixa
O mercado de juros futuros encerrou sem tendência definida, com destaque para a varição positiva nas taxas dos contratos de longo prazo. O contrato de juros de maior liquidez, com vencimento em outubro de 2010, fechou com taxa de 10,62%, estável em relação ao fechamento anterior.

No mercado de títulos da dívida externa, o título brasileiro mais líquido, o Global 40, fechou em alta de 0,22% em relação ao fechamento anterior, cotado a 137,95% do valor de face.

O Risco-País registrou variação positiva de 5 pontos-base em relação ao fechamento anterior, encerrando o dia em 208 pontos-base.

Bolsas Internacionais
O índice S&P 500, que engloba as 500 principais empresas norte-americanas, fechou  em baixa de 0,57% e atingiu 1.142 pontos. Seguindo esta tendência, o índice Nasdaq Composite desvalorizou-se 0,48% a 2.370 pontos, da mesma forma, o índice Dow Jones, que mede o desempenho das 30 principais blue chips norte-americanas, caiu 0,44% a 10.812 pontos.

Na Europa, o índice FTSE 100  da bolsa de Londres  registrou leve baixa de 0,45% e atingiu 5.573 pontos; no mesmo sentido, o índice CAC 40  da bolsa de Paris desvalorizou-se 0,43% chegando a 3.766 pontos e o DAX 30, da bolsa de Frankfurt, caiu 0,31% a 6.279 pontos.

Confira os eventos previstos para terça-feira
Sem referências na pauta doméstica, os investidores devem repercutir na terça-feira a divulgação do Consumer Confidence, nos Estados Unidos. O indicador vai revelar ao mercado o nível da confiança do consumidor norte-americano no mês de setembro.

Newsletter

Infomorning

Receba no seu e-mail logo pela manhã as notícias que vão mexer com os mercados, com os seus investimentos e o seu bolso durante o dia

E-mail inválido!

Ao informar os dados, você concorda com a nossa Política de Privacidade.