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SÃO PAULO – Na reta final da temporada de resultados do primeiro trimestre, oito companhias apresentaram seus balanços entre a noite de sexta-feira (12) e a manhã desta segunda-feira (15). Os números não chamaram tanto a atenção dos analistas, mas quatro destas empresas conseguiram superar as expectativas, confira:
Eletrobras (ELET3, R$ 17,34, -0,91%; ELET6, R$ 21,14, -0,47%)
A Eletrobras registrou lucro líquido atribuído aos controladores de R$ 1,394 bilhão no primeiro trimestre de 2017, revertendo prejuízo líquido de R$ 3,898 bilhões do mesmo período do ano anterior. Já a receita operacional líquida foi de R$ 8,969 bilhões, 32,6% acima dos R$ 6,761 bilhões de igual intervalo de 2016.
Segundo a companhia, três fatores influenciaram o balanço: 1) resultado de participações societárias, de R$ 3,211 bilhões, influenciado pela receita da venda da Celg D e pela da decisão de 2016 do Ministério de Minas e Energia, que estabeleceu as condições de pagamento e remuneração relativa à Rede Básica do Sistema Existente; 2) passivo a descoberto em controladas no montante de R$ 1,173 bilhão; e 3) Reversão de Provisões para contingências judiciais, no montante de R$ 2 milhões.
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O resultado superou as expectativas dos analistas, que reforçaram, entre outras coisas o desempenho positivo mesmo com a redução de 3,3% na energia vendida por suas geradoras e de 8,9% pelas distribuidoras. Outro destaque foi a redução dos custos, ocorrida principalmente por conta do menor volume de provisões, menor dispêndio com combustíveis para produção térmica e pelas iniciativas adotadas para controle de custos e despesas.
Braskem (BRKM5, R$ 33,93, -0,15%)
A petroquímica teve lucro líquido consolidado de R$ 1,905 bilhão no primeiro trimestre, alta de 147% em relação ao mesmo período de 2016, segundo balanço não auditado. A empresa ainda apurou Ebitda ajustado recorde de R$ 3,598 bilhões entre janeiro e março, 16% superior ante um ano atrás. O balanço foi beneficiado, entre outros motivos, por maior volume de vendas em todos os segmentos e por melhora das operações no México.
Os analistas do Bank of America viram com bons olhos o balanço, mantendo a recomendação de compra das ações. Segundo eles, o atual valuation de 4,6x EV/Ebitda “deverá permitir a expansão múltipla com base em níveis históricos e de seus pares”. Além disso, o BofA espera que a empresa sustente um bom dividend yield próximo de 7% em dólares nos próximos anos. “A geração de fluxo de caixa no trimestre foi mais fraca em relação ao mesmo período do ano passado e devido às maiores necessidades de capital de giro”, afirmam os analistas.
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Azul (AZUL4, R$ 25,46, +0,83%)
A Azul encerrou o primeiro trimestre deste ano com um lucro líquido de R$ 55,3 milhões, revertendo o prejuízo líquido de R$ 66,9 milhões de um ano antes. De janeiro a março, a geração de caixa da Azul medida pelo Ebitdar (lucro antes de juros, impostos, depreciação, amortização e aluguel de aeronaves) aumentou 36% na base anual, para R$ 562,2 milhões.
A empresa aérea também apurou receita líquida de R$ 1,9 bilhão, superando em 12% o desempenho do primeiro trimestre de 2016 graças ao fortalecimento da demanda. Já o total desembolsado com custos e despesas operacionais somou R$ 1,669 bilhão nos três primeiros meses de 2017, uma ligeira alta de 0,4% na comparação anual.
Paralelamente, a companhia divulgou projeções preliminares para 2017, sinalizando alta de 1% a 2% nas decolagens, além de um crescimento de 11% a 13% na oferta de assentos (ASK) com a substituição de aeronaves menores pelo modelo A320neo. A margem operacional foi projetada entre 9% e 11%.
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Os analistas do Deutsche Bank apontaram que o balanço foi melhor que o esperado, com destaque para o lucro operacional, lucro líquido e a projeção da empresa de uma margem operacional entre 9% e 11% para este ano. Segundo eles, a receita líquida de unidades de passageiros (PRASK) subiu 5,5% impulsionada por um aumento de 1,2% no yield e um aumento de 3,3 pontos percentuais no ??fator de ocupação, para 81,4%.
Sabesp (SBSP3, R$ 30,21, -2,49%)
A companhia de águas e saneamento do Estado de São Paulo, Sabesp, teve lucro líquido de R$ 674,4 milhões no primeiro trimestre, alta de 7,3% sobre o mesmo período do ano passado. O Ebitda ficou em R$ 1,353 bilhão, uma alta de 49,1% na comparação anual.
A companhia teve receita líquida de R$ 3,558 bilhões no primeiro trimestre, 17,5% mais que o faturamento de um ano antes. Enquanto isso, a linha custos e despesas somou R$ 1,832 bilhão, aumento de 2,1% sobre o primeiro trimestre de 2016.
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O Bradesco BBI aponta para os riscos do plano de capitalização do governo estadual: uma potencial oferta primária da Sabesp e quem será o novo sócio minoritário estratégico do governo de São Paulo na nova holding.
Já o Goldman Sachs aponta: “temos uma avaliação positiva dos resultados, dado que o Ebitda superou nossas estimativas de consenso, refletindo a recuperação de volumes, bem como iniciativas de controle de custos”. “No futuro, acreditamos que o monitoramento da revisão tarifária preliminar, que deverá ser concluída até o terceiro trimestre de 2017, será fundamental para os múltiplos da Sabesp”, complementam.
B3 (BVMF3, R$ 20,20, +0,30%)
A operadora da bolsa de valores de São Paulo, B3 (antiga BM&FBovespa), teve lucro líquido ajustado de R$ 523,6 milhões no primeiro trimestre, alta de 9,6% na comparação com mesmo período do ano passado. O resultado ajustado considera a incorporação da central depositária Cetip, no final do primeiro trimestre. Sem ajustes, o lucro líquido atribuível aos acionistas da B3 de janeiro a março foi de R$ 209 milhões, queda de 56% sobre um ano antes.
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A receita subiu 7,6% em um ano, passando para R$ 940,9 milhões, e as despesas subiram 135,3%, para R$ 754,5 milhões. A companhia explicou que, como consequência da combinação das duas empresas, as demonstrações financeiras incluem apenas dois dias dos resultados da Cetip. Com isso, a análise é baseada em uma demonstração financeira gerencial combinada não auditada.
O BTG Pactual afirma que o primeiro resultado da companhia pós-fusão com a Cetip veio dentro do esperado, tanto em receitas quanto em custos, apesar de vários “one-offs” devido à aquisição da Cetip. Os analistas apontam que a empresa segue como a preferida no Brasil e “uma das melhores histórias correlacionadas a recuperação do Brasil nos próximos anos”.
Banrisul (BRSR6, R$ 15,42, -5,86%)
O Banrisul registrou um lucro líquido de R$ 128,5 milhões e um lucro recorrente de R$ 183,3 milhões, queda de 2,5% na comparação anual. Os ativos totais somaram R$ 68,9 bilhões, alta de 4,4%, enquanto a carteira de crédito ampliada totalizou R$ 31,2 bilhões. Excluídas as garantias prestadas, o saldo de operações de crédito é de R$ 30,5 bilhões, queda de 2,7% ante o primeiro trimestre de 2016.
A primeira leitura do BTG Pactual é de um resultado um pouco melhor do que o esperado. Os analistas mantiveram a recomendação neutra destacando que os números de receita decepcionaram um pouco, enquanto o guidance da companhia de 9% a 12% de ROE parece conservador.
PetroRio (PRIO3, R$ 40,80, +3,55%)
A PetroRio fechou o primeiro trimestre com lucro líquido de R$ 4 milhões, revertendo o prejuízo de R$ 65,4 milhões de um ano antes. A receita líquida cresceu 80% no mesmo período, para R$ 74,8 milhões. A empresa atribui o resultado aos maiores volumes vendidos e à valorização do petróleo Brent.
A companhia destacou que, com os investimentos feitos para prolongar a vida útil do campo de Polvo, na Bacia de Campos, houve uma alta de 15% no volume de produção do ativo, para uma média de 8.213 barris/dia. O Ebitda da empresa fechou o período negativo em R$ 245 mil, ante R$ 31,2 milhões negativos do primeiro trimestre de 2016.
LPS Brasil (LPSB3, R$ 5,23, +1,55%)
A Lopes Brasil viu seu prejuízo líquido subir 53,5% no primeiro trimestre de 2017, passando de R$ 630 mil para R$ 940 mil. A receita teve queda de 33% na base de comparação anual, passando de R$ 39,3 milhões para R$ 26,2 milhões. O Ebitda foi negativo em R$ 5,641 milhões ante R$ 5,862 milhões positivos no primeiro trimestre do ano passado.
O Itaú BBA viu o balanço como fraco, com queda acentuada nas vendas contratadas, levando a diminuição na receita líquida e mair prejuízo líquido. A recomendação segue como “market perform”, com uma posição conservadora em relação à companhia.
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