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O valor dos fertilizantes voltou a subir em 2009, e já há analistas de mercado prevendo maiores altas para o produto ao longo de 2010. O fertilizante é um adubo químico, cuja função é complementar um vegetal com o que a terra não pode suprir.
Como a produtividade do setor agrícola tem crescido a taxas decrescentes durante as últimas décadas, sob um ambiente em que a taxa de crescimento cresce a uma velocidade maior do que o crescimento demográfico, é necessário que a produtividade se mantenha elevada, pois as terras aráveis no planeta são bens escassos.
“Preços de alimentos |
É verdade que o preço do fertilizante vem subindo por conta da alta dos insumos que os compõe, mas se a economia também está preocupada com o bem-estar dos agentes econômicos, deveria atentar para o setor agrícola.
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Durante os próximos anos, a minha visão é de que os preços de diversas commodities irão se elevar, já que a oferta não conseguirá acompanhar o ritmo de crescimento da demanda. Deste grupo de commodities, existem as de energia, que são utilizados na produção de fertilizantes. Assim, já temos uma variável de pressão sobre o valor do adubo químico.
Em decorrência da ascensão econômica dos países emergentes, principalmente daqueles que fazem parte do BRIC (Brasil, Rússia, Índia e China), haverá um aumento da demanda por alimentos, pressionando tanto a produtividade no campo quanto a procura por terras aráveis.
Como o Brasil é uma das poucas regiões que possui terrenos apropriados para o cultivo em todo o mundo, avalia-se que a ocupação global de terras será em espaços com baixa produtividade e de maneira lenta.
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A maior procura por fertilizantes, e o conseqüente aumento do seu preço, deve encarecer os alimentos, reduzindo a renda disponível da população ou prejudicando o desenvolvimento de países pobres. Nesse caso, será que o sistema de preços é, de fato, o melhor mecanismo para alocar recursos?
Não estamos falando de um bem essencial ao ser humano? Obviamente, o preço do alimento atingiria um patamar tal que estimularia as empresas a procurarem por alternativas. Mas o “mercado” possui tecnologia e capacidade para reproduzir alimentos sintéticos? Seria esta a melhor alternativa?
Chau Kuo Hue é economista e escreve mensalmente na InfoMoney, às quartas-feiras.
chau.hue@infomoney.com.br
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