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SÃO PAULO – O seminário de Distribuição de Combustíveis, realizado na quarta-feira (23), em São Paulo, apresentou dados que alertam sobre a clonagem de postos. A conclusão foi que a irregularidade não causa apenas prejuízo às distribuidoras e aos postos idôneos, mas também à sociedade.
Conforme divulgou Agência Brasil, anualmente, 300.000 carros ou 5,2% da frota, na cidade de São Paulo, precisam de reparos por causa do uso do combustível adulterado. Isso corresponde a perdas de R$ 117,6 milhões.
Prejuízo ao consumidor
O consumidor deve ficar alerta e desconfiar de postos cujos preços dos combustíveis estão muito abaixo da média de mercado, já que isso pode ser um indício de adulteração. E o barato pode acabar saindo mais caro.
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Segundo a assessoria da BR, no Brasil, a adulteração é responsável por 94,69% dos veículos que buscam reparos em oficinas. Em média, o valor do conserto fica em R$ 300,00. Dependendo do modelo, contudo, podem ser gastos até R$ 5 mil.
Além disso, antes de ter de efetuar reparos no veículo, o motorista sofre com outro problema: o combustível adulterado normalmente gera uma perda no desempenho do motor, o que faz com que seja necessário mais energia para fazer a engrenagem funcionar. Resultado: mais consumo de álcool ou gasolina.
Dados alarmantes
De acordo com a Agência Nacional de Petróleo, Gás e Biocombustíveis (ANP) e do Sindicato das Empresas Distribuidoras de Combustíveis e Lubrificantes (Sindicom), anualmente são comercializados 81 bilhões de litros de combustível, o que significa um faturamento de R$ 154 bilhões para o setor.
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Outro dado considerado alarmante para o setor é que, atualmente, 60% do volume de álcool hidratado é comercializado com algum tipo de sonegação, levando a uma perda de arrecadação estimada em R$ 1 bilhão por ano. A estimativa é que, até 2010, esse valor chegue a R$ 6 bilhões.
Tipos de adulteração
Segundo um dos coordenadores técnicos da Escola Senai Conde José Vicente de Azevedo, Mauro Alves, podem ser encontrados os seguintes tipos de adulteração de combustível:
- Muito álcool: O governo permite que até 23% da gasolina seja composta por álcool anidro. Os veículos, normalmente, não sentem diferença até 25% dessa proporção. Segundo especialistas, é muito comum encontrar postos que vendem o combustível com até 30% do anidro. Esse tipo de álcool possui menos incidência de impostos, o que barateia o seu preço final e aumenta os lucros do adulterador.
- Solvente: Nesse caso são feitas aplicações industriais de mistura de solvente ao combustível;
- Álcool molhado: o álcool com o qual se abastece o carro é o hidratado. O que acontece é que algumas revendedoras acabam misturando mais água à composição do que o permitido, gerando o conhecido como álcool molhado, que é mais em conta para quem vende, mas prejudica quem compra.