CFO da Iochpe (MYPK3) deixa empresa e assume cargo na Via (VIIA3): o que isso indica para as ações das duas companhias?

JPMorgan vê possível "ruído" para ações da Via num contexto de diversas mudanças de gestão, enquanto BBI não vê impactos para Iochpe

Lara Rizério

(Getty Images)
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As ações da Via (VIIA3) registram uma queda expressiva de cerca de 6% na sessão desta quinta-feira (22), repercutindo não apenas o tom mais duro do Banco Central em seu último comunicado pós-decisão de juros do Copom (Comitê de Política Monetária), como as recentes mudanças na administração da companhia. Às 14h30 (horário de Brasília), os ativos VIIA3 caíam 6,13%, a R$ 2,45.

A varejista anunciou na noite de quarta que seu Conselho de Administração elegeu um novo CFO, Elcio Ito, que atualmente exerce o mesmo cargo na Iochpe-Maxion (MYPK3), cujos papéis tinham baixa de 2,49%, a R$ 12,91.

Ito substituirá Orivaldo Padilha como CFO da Via; ele deixará o cargo em 10 de julho após um processo de transição. Neste contexto, a alteração do CFO segue a saída do CEO ocorrida em abril – com a substituição de Roberto Fulcherberguer pelo ex-CEO da Movida (MOVI3) Renato Franklin –  e a saída de um importante executivo em março, Helison Lemos, VP de Inovação Digital em março.

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O JPMorgan avalia que, no geral, mudanças na gestão não são uma surpresa, principalmente no contexto da entrada do novo CEO e levando em conta que a equipe de gestão foi desenhada pelo ex-CEO quando o GPA (PCAR3) saiu da empresa.

Ainda assim, o banco aponta que a mudança do CFO deve trazer ruídos para as ações, pois ocorre num contexto em que (1)
a empresa enfrenta uma perspectiva operacional desafiadora e (2) está com um balanço patrimonial alavancado em 9,5 vezes a dívida líquida em relação ao Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciações e amortizações) ajustado no 1T23, devendo fechar o ano em cerca de 7 vezes. A recomendação do JPMorgan para a ação segue underweight (exposição abaixo da média do mercado, equivalente à venda).

Dito isso, o banco reforça que o novo CFO da varejista é um executivo com mais de 25 anos de experiência em finanças e planejamento. Em 2011 ingressou na BRF (BRFS3) acumulando diversas funções, a última como CFO, para posteriormente ingressar na Iochpe-Maxion em dezembro de 2019 como Diretor Financeiro.

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Se o cenário ainda é incerto para a Via, o que esperar para a Iochpe Maxion com a saída de Ito?

A empresa de autopeças anunciou que Renato Salum substituirá Ito como CFO da empresa a partir de 6 de julho. Além disso, o CEO da Iochpe, Marcos Sergio de Oliveira, também atuará como Diretor de RI, cargo anteriormente ocupado pelo Ito.

Renato Salum ingressou na Iochpe em 2014 como Chefe Corporativo de Contabilidade e foi nomeado Diretor Global de Tesouraria em 2020. Ele trabalhou anteriormente na empresa de auditoria Deloitte por 11 anos e é formado em administração e contabilidade, além de ter um mestrado em administração de empresas pelo Insper.

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O Bradesco BBI não espera nenhuma mudança significativa no plano estratégico da Iochpe ou em sua disciplina financeira, uma vez que Salum tem profunda experiência tanto na empresa quanto no setor. “Esperamos que a Iochpe continue em uma tendência de alta em termos de recuperação da lucratividade este ano. Considerando tudo isso, mantemos nossa recomendação de compra para a Iochpe com um preço-alvo de R$ 15,00 para o final de 2023”, destacou.

O JPMorgan, por sua vez, vê a notícia como marginalmente negativa, pois tais mudanças não costumam agradar a comunidade de investidores, “especialmente quando os resultados recentes estão abaixo da média histórica”. O banco tem recomendação neutra para os ativos.

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Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.